FOLHA DE SÃO PAULO
LUCAS REIS
DE MANAUS
DE MANAUS
Uma das primeiras cidades do país a receber energia elétrica, Manaus sofre com constantes quedas do serviço, que se agravam com as chuvas e provocam prejuízos -sobretudo na indústria e no comércio- e protestos. Há ainda frequentes apagões. Bairros inteiros chegam a ficar mais de 24 horas sem luz.
Desde o início de 2012, quando a situação piorou, a Assembleia Legislativa já fez várias ameaças de abertura de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) e ações contra a Amazonas Energia, subsidiária da Eletrobras.
Segundo ranking da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) que mede a continuidade dos serviços prestados em 2012, a Amazonas Energia é apenas a 23ª entre 35 distribuidoras.
"Alguns [apagões] estão relacionados a obras viárias, outros, a acidentes de carros [que atingem postes]. E há sobrecarga de transformadores, associadas a ligações clandestinas", afirma Tarcísio Rosa, diretor da empresa.
Desde julho de 2013, a linha de transmissão de Tucuruí-Macapá-Manaus funciona em fase de testes e, pela primeira vez, a cidade está anexada ao Sistema Interligado Nacional. Mas isso não resolverá os problemas de corte de energia, de acordo com Rosa.
Segundo a empresa, o calor, principal preocupação dos ingleses, que estreiam contra a Itália na cidade, contribui para o cenário.
"Os aparelhos de ar-condicionado sobrecarregam os transformadores, projetados para suportar um limite, mas que queimam por causa da quantidade de ligações clandestinas. Manaus é líder nacional em perda de energia."
Na cidade, também é um desafio falar ao celular ou usar a internet 3G.
DESAPROVAÇÃO
Segundo a Embratur, metade dos turistas estrangeiros que passaram por Manaus em 2012 desaprovou os serviços de telecomunicações.
A Assembleia Legislativa abriu uma CPI da Telefonia, que contempla, também, as deficiências do serviço em todo o Estado, e firmou um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com as empresas para melhorias nos serviços. O relatório final da CPI será apresentado neste mês.
Em pesquisa de opinião com mais de 8.000 pessoas, encomendada pela Assembleia, 66% dos consumidores de Manaus se mostraram insatisfeitos com os serviços de Vivo, Oi, Tim, Claro e Net.
A Vivo, que concentra 65,1% do mercado local, foi a mais criticada: 90% dos clientes estão insatisfeitos com o sinal de telefone e 71% desaprovam a internet. Em nota, a empresa diz que a demanda no Estado cresce acima da média e que tem feito novos investimentos, como a ligação por fibra óptica.
As demais empresas dizem que também fazem investimentos para melhorias.
A Claro afirma que está construindo um cabo submarino na região. A Tim diz que suas taxas de acesso a voz e dados estão dentro do exigido pela Anatel. A Oi informa que trabalha na melhoria do 3G e faz outros investimentos. A Net diz que desconhece as queixas dos usuários e que as reclamações diminuíram.
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