Cerca de 60 pessoas se reúnem na praça do Rádio Clube, diz PM.
Eles discutem temas específicos; objetivo é elaborar um documento.
Manifestantes se acomodam em círculo para participar de assembleia. (Foto: Fabiano Arruda/G1 MS)
Pelo menos 60 manifestantes, segundo estimativa da Polícia Militar
(PM), reúnem-se neste sábado (29), na Praça do Rádio Clube, região
central de Campo Grande. Eles fazem uma assembleia popular para discutir
diversos temas, que serão colocados em votação para formação de um
documento com propostas. O objetivo é encaminhar os pontos a
representante dos Poderes em Mato Grosso do Sul.“Queremos abrir debate com os governantes”, diz Vitor Samudio, 29 anos, um dos líderes do movimento, que se dividiu em 11 grupos de trabalho na última semana. Cada um cuida de pontos específicos como educação, saúde, cultura, transparência e moralidade política, questões fundiárias, meio ambiente e combate às opressões. As questões estiveram presentes nas manifestações nas ruas da capital sul-mato-grossense e foram analisadas pelos grupos nos últimos dias.
Acompanhando os trabalhos no local, o grafiteiro Raoni Ramirez, 27 anos, disse que a elaboração do documento será importante para as reivindicações. Ele disse que irá cobrar, junto ao grupo de trabalho que cuida do tema “cultura”, que sejam apresentadas propostas para contemplar a arte do grafite em Campo Grande. “Que o poder público disponibilize áreas para a arte crescer e ser incentivada. A pichação é um ato político de combate à alienação”.
Delegada fala do assassinato do professor Paulo
Magalhães. (Foto: Fabiano Arruda/G1 MS)
Mais protestoMagalhães. (Foto: Fabiano Arruda/G1 MS)
Em meio à assembleia popular, outro grupo protestava pela morte do delegado aposentado e professor universitário Paulo Magalhães, assassinado a tiros na terça (25). A titular da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), Regina Márcia Rodrigues, ocupou o microfone para falar de Magalhães.
Diante dos manifestantes, ela disse que a carreira do delegado foi marcada pela coragem e por sua liderança no estado. “Ele era apaixonado pelo que fazia. Queria uma polícia melhor. A morte foi em virtude da coragem dele”, disse. “Essa assembleia é a cara dele. Sinto por ele não estar aqui”, completa.
Ao G1, Regina disse que a manifestação pela morte de Paulo Magalhães neste sábado mostra a indignação e a revolta pelo crime, que classificou como bárbaro. “Esperamos que tudo seja elucidado o mais rápido possível e que os mandantes sejam colocados atrás das grades”.
Ex-aluna do delegado, a estudante de direito Priscila Mendes aproveitou a ocasião para falar de um livro produzido por Magalhães com o nome de “Conspiração Federal”. Segundo ela, a obra teve sua comercialização vetada pela Justiça. “Se foi proibido [comércio do livro], a gente quer saber. A gente quer que o conteúdo seja disponibilizado”.
Grupo estende faixas em protesto pela morte de delegado aposentado. (Foto: Fabiano Arruda/G1 MS)
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