Pescadores reclamam da proibição do uso de redes para proteger lagostas.
Segundo eles, são quase 1.200 famílias atingidas pela instrução normativa.
Pescadores
dizem que proibição do uso de tarrafas vai prejudicar 1.200 famílias de
Brasília Teimosa (Foto: Katherine Coutinho/G1)O andor, enfeitado com rosas brancas e vermelhas, saiu pontualmente às 14h, seguindo pelas ruas da comunidade com orações e músicas religiosas até a Associação de Pescadores, onde o santo era aguardado pelos barcos para a parte marítima do trajeto.
Parte terrestre da buscada (Foto: Katherine Coutinho/G1)Nos barcos que acompanham o santo, faixas deixam claro que a comunidade não pretende aceitar a decisão. "São quase 1.200 famílias atingidas por essa proibição, 60% de nós usam a rede. Vamos fazer como? Nossa rede não é para lagosta", reclama o presidente da Colônia dos Pescadores, Augusto de Lima.
A aposentada Amara Silva, de 85 anos, sabe bem como o ofício de pescador é importante. "Meu filho, Manuel, é pescador. Viveu a vida toda assim, agradeço a São Pedro que sempre o protegeu. Foi o meu santo que ajudou também a tirar a bebida do meu filho", diz a aposentada, devota desde criança do fundador da Igreja Católica.
A importância religiosa do santo que fecha o ciclo junino é o que motiva o estudante Carlos Felipe Oliveira, de 18 anos, a seguir todos os anos a procissão. "O pai da minha avó era pescador, mesmo a profissão não ficando na família, a devoção fica. São Pedro foi o primeiro papa, estar aqui é também prestar uma homenagem e mostrar que a gente se lembra", acredita o estudante.
Barcos fazem homenagem a São Pedro em Brasília Teimosa (Foto: Katherine Coutinho/G1)Nascida e criada em Brasília Teimosa, a teleatendente Marizandra Brito se mudou da comunidade quando se casou, mas todos os anos retorna com toda a família acompanhar a procissão. "É um ato de fé cristã, é muito bonito ver como toda a comunidade se une nesse momento", explica.
E há também aqueles que, acreditando estar no fim da vida, assistem a procissão como quem espera encontrar em breve um velho amigo. "Sei que é apenas uma imagem, mas é São Pedro que vai abrir as portas do céu para mim quando me for", diz a aposentada Doralice de Paula, de 93 anos.
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