Divulgadores da empresa Telexfree saíram em carreata por ruas do Centro (Foto: Jonathan Lins/G1)
Divulgadores da empresa de marketing multinível Telexfree em Alagoas
fizeram uma carreata, na manhã deste domingo (30), por ruas e avenidas
de
Maceió, para protestar contra a decisão do Tribunal de Justiça do
Acre,
que suspendeu os pagamentos e novas adesões à empresa por considerar o
negócio crime contra a economia popular. Na ocasião, os manifestantes
defenderam a legalidade da atividade e criticaram a cobertura da
imprensa, que noticiou a decisão judicial.
Segundo o corretor Ricardo Farias, que trabalha como divulgador da
Telexfree há um ano, muitas pessoas estão tendo prejuízo após a decisão
da Justiça do Acre, porque alguns participantes suspenderam os
pagamentos e novas adesões estão proibidas. Ele explicou que a Telexfree
atua em
Alagoas há 16 meses e que nunca houve problemas nesse período.
“As pessoas trabalham como divulgadores de um dos serviços que a
empresa tem. Através de um site, nós aderimos a empresa como
divulgadores independentes, ninguém tem autorização para representar a
empresa. Todos recebem pelas postagens e existe um contrato anual. O que
a empresa faz é uma remuneração pelo serviço que a pessoa presta”,
explicou Farias.
Para o corretor, se a pessoa afirma que teve prejuízo é porque não
cumpriu com o serviço básico que havia sido acordado em contrato. “É uma
empresa que está trazendo novidade financeira para diversos
profissionais e até aposentados que recebem mensalmente. Essa suspensão
está trazendo prejuízo à população porque impede que o dinheiro
circule", completou.
Divulgadores do Telexfree confeccionaram cartazes para a manifestação (Foto: Jonathan Lins/G1)
Segundo os divulgadores a estimativa é de que existem em Alagoas cerca
de 12 mil investidores da Telexfree. Esse é o caso de Cícero José da
Silva, que diz ter deixado o emprego na área de construção civil por
causa do Telexfree. “Agora a empresa é minha única fonte de renda. Com o
trabalho de divulgador estava conseguindo manter minha família, pagar
escola dos meus filhos e plano de saúde. A empresa estava pagando a
todos corretamente, mas com a suspensão não recebemos mais nada”, disse.
Cícero José da Silva deixou o emprego para ser
divulgador da Telexfree (Foto: Jonathan Lins/G1)
O também divulgador Luiz Henrique Ferreira disse que a decisão judicial
não tem fundamento. Segundo ele, a alegação de que a empresa trabalha
com o “ganho fácil” não é verídica. “Enquanto não for comprovado que
existe ilegalidade, o serviço não poderia ser suspenso. Portanto,
estamos protestando para que essa liminar da Justiça seja suspensa o
quanto antes”, falou.
Entenda o caso
A Justiça suspendeu os pagamentos e a adesão de novos contratos à
Telexfree, no dia 18 deste mês. A decisão da justiça do Acre, que é
válida até o julgamento da ação principal, sob a pena de multa diária de
R$ 500 mil, foi mantida no dia 24, quando o desembargador Samoel
Evangelista, do Tribunal de Justiça do Acre (TJ/AC) indeferiu o pedido
de revisão das sentenças impetrado pelos advogados da Telexfree.
Na sentença, a juíza Thaís Khalil, do TJ/AC, considerou que o modelo de
negócio do Telexfree possui características de pirâmide financeira,
procedimento que é ilegal no país. E que caso seja comprovado, não é
preciso que alguém seja prejudicado para que o processo seja considerado
crime.
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