MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 2 de dezembro de 2012

Setor de alimentos orgânicos deve crescer 46% até 2014


Em São Paulo, sócios investiram R$ 35 mil em bufê sustentável.
Supermercado de orgânicos aposta em preço competitivo como diferencial.

Do PEGN TV

A procura, cada vez maior, por alimentos sem agrotóxicos, impulsiona o mercado de orgânicos. O setor deve crescer 46% até 2014. Em São Paulo, a procura é grande e o consumidor encontra espaços especializados em produtos orgânicos e até bufê sustentável.
Os empresários Geovah Cabral e Luiz Matuguma preparam bufê saudáveis para empresas. São frutas, saladas, cereais integrais, tudo natural. E a maioria dos produtos é orgânica, cultivada sem agrotóxicos.
Eles investiram R$ 35 mil no negócio, em 2010. E na onda da sustentabilidade, atendem consumidores cada vez mais conscientes e exigentes.
“Hoje, bufê é uma coisa que existe muito, tem muito, mas a gente tem um diferencial que os clientes hoje valorizam que é a pegada da sustentabilidade”, diz Cabral.
Uma das clientes do bufê é Carmen Filippino. Ela é dona de uma empresa de treinamento e, recentemente, contratou a empresa para servir durante um evento sobre qualidade de vida. O custo foi de R$ 63 por pessoa, com lanche e coquetel.
“Não pode ir por quanto custa. O diferencial é tão grande... A gente saber que um suco de uva não tem nenhum conservante faz toda a diferença”, avalia Carmen.
Entre as opções de comida e bebida, servidas em eventos, estão algumas bem diferentes. Há, por exemplo, um suco de maracujá com couve.
“Está muito bom. Eu acho uma ótima ideia. É bom para a saúde e é gostoso também”, comenta a cliente Larissa Trevisan, depois de experimentar a novidade.
Outro prato é o tabule de quinoa. O grão já cozido é misturado com tomate, cebola e pepino picados. A receita ainda leva hortelã e salsa. Um quitute pouco calórico e 100% orgânico.
“Nós temos empresas grandes que contratam com a gente porque a gente trabalha com o orgânico, trabalha com a sustentabilidade”, comenta o empresário Matuguma.
Dentro das normas de uma empresa ecologicamente correta, o bufê também faz parcerias com organizações não governamentais (ONGs) e projetos sociais. Um exemplo é a torta de carne seca comprada de uma comunidade carente de São Paulo.
Além disso, funcionários, como cozinheiros e garçons, foram contratados de uma ONG. Os empresários do bufê estão confiantes no negócio.
“A gente esperar crescer o nosso mercado pelo menos mais uns 100% a 200%, que é o que a gente quer. (...) E que um dia eu possa ser a pioneira de muitas empresas sustentáveis de eventos”, diz Matuguma.
Um supermercado de produtos orgânicos de São Paulo aposta no preço como diferencial.
Em geral, os alimentos orgânicos são produzidos em pequena escala e são bem mais caros que os tradicionais. Só que neste caso, não é bem assim.
Se fosse possível comprar alimentos orgânicos onde eles são produzidos, o preço cairia quase à metade. O que encarece são os intermediários e o frete, que o supermercado de orgânicos diminuiu com duas ações: comprando direto do produtor, e negociando com as empresas de transporte. O resultado é que os preços caíram.
O estabelecimento tem três sócios: o português Miguel Carvalho, o franco brasileiro Thomas Brieu, e o brasileiro Daniel Pascalicchio. Para montar um negócio competitivo, eles negociaram com 200 fornecedores, quase todos pequenos.
“A gente tenta buscar já freteiros, caminhos, linhas de frete que já existem, tentar colocar os produtos no meio dessas linhas. A gente tenta uma lógica mais colaborativa de trabalho nesse sentido”, explica Pascalicchio.
Três meses depois de aberto, o supermercado já recebe 250 visitantes por dia.
“Eu acho os preços bem legais. Não só de parte a granel como dos outros produtos. E o que eu acho legal aqui é a variedade de produtos que eles oferecem”, comenta a cliente Vanêssa Rêgo.
O investimento no supermercado foi de R$ 600 mil. Os empresários reformaram um espaço de 650 metros quadrados. No local, tudo tem um apelo saudável ou sustentável. A madeira é de reflorestamento, o piso é de resina de mamona e fibra de coco. O espaço tem mais de dois mil itens, entre alimentos, produtos de limpeza e cosméticos.
“Você encontrava essas soluções em lugares picadinhos, um empório, uma feira , mas não todas as soluções orgânicas, saudáveis e integrais num lugar só”, argumenta o sócio Thomas Brieu.
No local também foi montada uma cafeteria e um restaurante vegetariano. Os ingredientes vêm direto do mercado.
“A gente também tem essa previsão de aproveitar antes que elas não fiquem boas, a gente já tem esse cálculo para aproveitar do mercado no restaurante”, explica a chef de cozinha Carina Muller.
No cardápio, entram itens como arroz integral, feijão branco, espaguete de abobrinha, quiche de berinjela, saladas e sementes diversas. O restaurante serve 70 pratos por dia. Muitos clientes são estrangeiros.
“Eu gosto muito da comida vegetariana, orgânica, da diversidade que tem aqui, variedade. É muito boa a comida aqui”, diz o cliente Ralph Strecker.
O espaço faturou R$ 250 mil no último mês. Os sócios já falam em expansão. “Levar para além de São Paulo, para outras capitais, porque a gente entende que esse negócio é nacional, não é local”, aposta Daniel Pascalicchio.

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