MEDIÇÃO DE TERRA

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domingo, 2 de dezembro de 2012

Retirada das mamas em mulheres sadias exige cuidado


Fabiana Mascarenhas A TARDE

  • Xando P./ Ag. A Tarde, em 30/10/2005
    Mastectomia preventiva é indicada em casos extremos
A universitária D.L tem 20 anos e um histórico familiar de casos de câncer de mama preocupante. A mãe, as avós, as bisavós e uma tia conviveram com a doença. História de câncer de mama em familiares do lado materno ou paterno dobram ou triplicam o risco. "Quanto maior a proximidade do parentesco, mais alto o risco", explica a oncologista Clarissa Mathias, especializada neste tipo de câncer.
Diante do risco de desenvolver a doença no futuro, a universitária estuda a possibilidade de fazer uma mastectomia preventiva, que é a retirada das mamas como forma de evitar um possível câncer. "Convivi com a doença muito de perto por conta dos casos que tive na família e sei do transtorno que é passar por quimioterapia e todo o tratamento. Diante da possibilidade de vir a ter a doença, creio que fazer a mastectomia pode ser o melhor no meu caso", diz a estudante, sem querer se identificar "para não expor os familiares".
Assim como ela, muitas mulheres têm recorrido ao procedimento para evitar a doença dentro e fora do Brasil. O procedimento, no entanto, tem indicações bem específicas. A cirurgia deve ser considerada para mulheres sadias apenas se forem pacientes diagnosticadas com hiperplasia atípica (lesões pré-cancerígenas), carcinoma ductal in situ (câncer que ainda não invadiu os tecidos), histórico familiar (com dois ou mais parentes de primeiro grau com a doença), além das mulheres portadoras dos genes BRCA1 e BRCA2.
"As mulheres que herdaram a mutação dos genes BRCA1 ou BRCA2 têm um risco até 85% maior de desenvolverem câncer de mama e de ovários", informa o mastologista e cirurgião oncológico, César Augusto Machado. Estima-se que entre 10% a 20% dos casos de câncer de mama e ovários são provocados por mutações nos genes BRCA1 e BRCA2.
Preço - O preço da investigação dos genes, no entanto, não é nada atraente. Quem quiser saber se é portador  da mutação dos genes BRCA1 e BRCA2 precisa desembolsar em média U$ 4 mil dólares, algo em torno de R$ 8 mil.  A detecção é feita através de um exame de sangue. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima 52.680 novos casos de câncer para 2012. No Nordeste são 32 mil casos para cada 100 mil mulheres, 2.110 casos somente na Bahia.
Crescimento - Um dos poucos levantamentos realizados sobre o crescimento do procedimento, do Roswell Park Cancer Institute de Nova York publicado na revista Cancer, revela que o número de mulheres que optaram pela mastectomia preventiva dos dois seios dobrou nos Estados Unidos. Passou de 5,6% para 14,1% entre 1995 e 2005. No Brasil, não há dados sobre o aumento, mas especialistas afirmam que o País segue a tendência crescente observada nos EUA.
"A indicação de mastectomia como profilaxia tem aumentado significativamente. Atualmente a medicina identifica com bastante precisão a paciente de alto risco", explica o secretário adjunto da Sociedade Brasileira de Mastologia, Augusto Tufi Rassan. O profissional lembra, no entanto, que a mastectomia apenas reduz o risco de câncer. "O procedimento reduz as chances do desenvolvimento da doença em cerca de 90%, mas ainda restam 10% de chance de o tumor aparecer. Por isso, usamos mais o nome mastectomia redutora de risco e não preventiva", explica Tufi.
Justamente por este motivo, os especialistas lembram que a prevenção deve ser constante. "Independente de a mulher ter se submetido à cirurgia, os cuidados devem ser mantidos como fazer a mamografia regularmente, evitar o fumo, álcool e a obesidade", alerta a oncologista Clarissa Mathias.

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