Profissionais aprendem a colocar valor certo nas peças para elevar vendas.
Após conquistar turistas, artesã quer agora exportar painéis em sisal.
Maria Auxiliadora de Azevedo faz painéis em sisal, uma fibra vegetal comum na região, e conta que investiu R$ 5 mil para montar o ateliê. “Eu me encontro naquilo que eu faço. É uma terapia e é um negócio lucrativo. É reunir tudo num só trabalho”, diz a artesã.
O trabalho atrai pelo requinte, mas a técnica usada é simples. Os elementos da obra são feitos um a um e depois fixados com cola quente num painel de sisal. A imagem do cajueiro está presente na maioria dos trabalhos dela, como uma assinatura. Segundo a artesã, a riqueza natural de Sergipe é a fonte de inspiração do seu trabalho.
Na alta temporada, Maria Auxiliadora vende cerca de 50 peças por mês e tem um faturamento médio de R$ 5 mil. As vendas deslancharam depois que ela participou do projeto “A arte nas mãos”, realizado pelo Sebrae de Sergipe.
Colocar o valor certo nas peças era uma das principais dificuldades dos artesãos. Maria Auxiliadora conta que cobrava caro demais por algumas peças e afugentava clientes. Agora, ela definiu quanto vale cada hora trabalhada e isso valorizou o produto.
Um painel de 1,20m por 80 centímetros, por exemplo, que demora até uma semana para ficar pronto, hoje é vendido a R$ 570, quase metade do preço antigo. Com a noção exata dos valores, a artesã ganhou credibilidade no mercado e o produto, destaque.
“Se o artesão ele não souber calcular esse preço ele não vai saber diminuir, dar desconto na mercadoria porque o desconto pode estar além daquilo que ele pode dar”, afirma Maria Júlia, do Sebrae/SE.
A maioria dos painéis é vendida em uma loja no aeroporto de Aracaju e o produto tem boa aceitação entre os turistas. “Esses painéis são coisas muito vivas, bonitas, então é muito interessante”, diz a cliente Simone Leite.
Maria Auxiliadora quer agora levar as obras cada vez mais longe. “O meu maior sonho hoje é exportar o meu produto”, diz.
O projeto “A arte das mãos“ trabalha com um horizonte de planejamento de 3 anos. “Nós atendemos 7 comunidades com Aracaju. E a gente atende a uma faixa de 200 artesãos”, diz Maria Júlia. “O produto, a técnica da produção eles sabem. O que nós ensinamos e damos assessoria e orientamos é na gestão do negócio”, explica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário