MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 23 de dezembro de 2012

Pesquisadores desenvolvem ração proteica para abelhas em São Paulo


Ração irá nutrir as abelhas em períodos de escassez de alimento.
Mistura pode melhorar o rendimento das colmeias.

Do Globo Rural
Todos os anos o criador de abelhas tem que lidar com a desagradável situação de ver algumas das melhores colmeias abandonarem as caixas quando a chuva se torna escassa e há diminuição da florada. “Elas não têm o alimento nem proteico, que é o pólen, nem energético, que é o néctar, que ela busca das flores. Então, numa fuga desesperada, ela está com muita fome e procura instalar a colmeia em outro local”, explica a bióloga Michelle Manfrini.
A bióloga Michelle Manfrini, professora na Universidade Federal de São Paulo, explica que os apicultores costumam perder entre 20% e 40% das colmeias nessa época. Nos estados do Nordeste, onde a estiagem é mais severa, as perdas que chegam a 60% causam um grande prejuízo.
Xarope de água com açúcar resolve o problema da falta de néctar, o alimento energético das abelhas. O difícil é conseguir fornecer proteína de qualidade que substitua o pólen das flores na alimentação dos insetos.
“O objetivo do nosso trabalho é tentar desenvolver uma dieta que seja proteica; dieta que essas abelhas gostem de comer, o que nós chamamos de palatável; de fácil acesso para o produtor e de preços acessíveis”, diz Michelle.
A bióloga encara esse desafio desde 2007, ano em que começou o curso de doutorado no campus da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto, no nordeste paulista. Junto com as também biólogas Joyce de Almeida e Aline Turcatto, Michelle experimentou vários ingredientes e combinações.
Para testar a eficácia das novas rações, as pesquisadoras esperam as abelhas nascerem e as colocam imediatamente dentro de gaiolas. As abelhas recém-nascidas irão se alimentar exclusivamente de ração dentro da gaiola durante sete dias. A ideia é comparar o desempenho delas com o desempenho das abelhas que estão divididos em dois grupos de controle.
No chamado controle positivo as abelhas contam com um favo cheio de pólen fermentado, seu alimento natural. Já na gaiola do controle negativo elas têm apenas o xarope de água com açúcar para se manter.
Depois de sete dias, as pesquisadoras coletam no laboratório a hemolinfa das abelhas, que é como se fosse o sangue dos insetos. As biólogas analisam e comparam os resultados obtidos nas diferentes gaiolas e identificam a ração que mais se aproxima do pólen tanto quantidade como em qualidade de proteína. Algumas são muito promissoras.
Uma das rações mais promissoras desenvolvidas na universidade leva 17% por cento de albumina, 50% de extrato de soja e 33% de açúcar. Para dar à mistura seca a mesma consistência do pólen fermentado, a bióloga Aline Turcatto ainda adiciona um xarope feito com 70% de água e 30% de açúcar.
A bióloga Joyce de Almeida explica que a ração vai para o apiário embrulhada em papel manteiga e que deve ser colocada dentro da caixa, entre a melgueira e o ninho.
Os pesquisadores agora estão testando o desempenho dessa ração em apiários comerciais, em maior escala. Um dos parceiros da universidade é o apicultor Cézar Ramos Júnior, que mantém três mil colmeias no município de Bambuí, em Minas Gerais. “Nós temos muitos problemas com perda de abelha por fome. Estamos perdendo por volta de 30% entre o final de setembro e o início de novembro”, diz.
Este ano, durante o período de estiagem, Ramos Junior serviu cerca de 500 gramas de ração por semana para cada uma das colmeias. As perdas na propriedade já caíram pela metade. Segundo os pesquisadores, devem cair ainda mais na medida em que forem sendo implementadas técnicas de manejo importantes, como troca de rainha e substituição de quadros velhos. “A dificuldade nossa está na albumina, um ingrediente rico em aminoácidos e proteína, mas o preço está inviabilizando um pouco”, diz.
Da forma como está, um quilo de ração sai por aproximadamente R$ 6. Para solucionar o problema do custo, os pesquisadores começaram a substituir a albumina por ovo em pó na mesma proporção. O custo do quilo da ração caiu para cerca de R$ 2. Os resultados são animadores e aumentam no produtor a sensação de que falta pouco. Quando há entrada de pólen na colmeia, o consumo da ração cai imediatamente. Então, é hora de suspender o alimento artificial.
Anote a receita da ração proteica para abelhas
Ingredientes
17% de albumina
50% de extrato de soja
33% de açúcar
xarope preparado com 70% de água e 30% de açúcar para regar a mistura
Modo de preparo

Misture bem os ingredientes secos e regue com o xarope até conseguir uma pasta úmida e homogênea, semelhante ao pólen fermentado das abelhas. Com as mãos, faça um disco com aproximadamente 500 gramas de ração, embrulhe em papel manteiga, fure o papel e coloque dentro da caixa das abelhas no centro, entre a melgueira e o ninho.
Atenção
Para baratear a ração, os produtores e pesquisadores que participam da pesquisa estão substituindo a albumina por ovo em pó. Para garantir a eficácia do produto, o apicultor deve também fazer uso de boas práticas de manejo, como troca de rainha e substituição dos quadros velhos do ninho.

2 comentários:

  1. Olá,Rafaela!!

    Parabéns pelo blog,e pelas belas postagens !

    Essa sobre a alimentação das abelhas,eu achei muito boa;pois sou criador de abelhas nativas,sem ferrão,e também uso alimentação complementar;por isso estou sempre pesquisando sobre o assunto...

    Abraço!
    Paulo Romero.
    Meliponário Braz.

    ResponderExcluir
  2. OBRIGADO PELO ELOGIO PAULO.
    SÃO ESTES MOTIVOS QUE NOS LEVAM A APRIMORAR AINDA MAIS O BLOG. NOSSA META SEMPRE FOI INFORMAR. ESTAMOS SEMPRE À DISPOSIÇÃO

    ResponderExcluir