Francisco Carlos de Assis e Gustavo Porto | Agência Estado
A presidente Dilma Rousseff admitiu na noite desta segunda-feira que o governo adota medidas que funcionam como mecanismos artificiais para desvalorizar o real frente a outras moedas e melhor a competitividade nacional. "Ninguém vai acreditar que mexer no valor da moeda não seja um dos melhores mecanismos artificiais para melhorar a competitividade dos nossos produtos. Mas os exportadores sabem do que eu digo", disse a presidente para uma plateia formada por empresários, durante evento promovido pela revista Carta Capital.
"Não existe nada mais mortal para competição do que taxa de câmbio entre QE1 e QE2", disse, lembrando que, naquela período, o câmbio chegou a ser cotado próximo a R$ 1,50, prejudicando as exportações brasileiras. Dilma referiu-se a primeira e a segunda rodadas de relaxamento monetário quantitativo do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), chamada em inglês de QE1 e QE2.
Durante seu discurso, a presidente afirmou que, para construir o Brasil do futuro, são necessários investimentos vultosos em educação. Para ela, a educação é o elemento fundamental para que a nova classe média não volte atrás.
Dilma voltou a cobrar das empresas públicas e privadas que entreguem ao consumidor um serviço de boa qualidade porque, segundo ela, essa nova classe média exige um serviço de melhor. Por fim, a presidente afirmou que, quando "o vento estiver a nosso favor", os brasileiros irão se beneficiar de todas as medidas estruturais e de investimento que estão sendo feitas no País, como aeroportos, os oriundos da exploração do pré-sal e os que virão da Copa de 2014 e dos Jogos Olímpicos em 2016.
Após encerrar o discurso, Dilma admitiu ter cometido uma gafe por não ter cumprimentado no início do evento o prefeito paulistano, Gilberto Kassab (PSD), o qual ela elogiou e chamou de grande amigo.
Assim que terminou o discurso, Dilma deixou o evento, com destino ao aeroporto onde embarcaria para o Peru.
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