Hatch acerta em dirigibilidade, desenho e espaço.
Mas motor 1.4 perde fôlego na estrada.
Rodrigo Mora
Do G1, em Gravataí
Aos poucos a total (e urgente) renovação de produtos da GM vai se
completando, e o papel de cada modelo no segmento de compactos - até
então meio nebuloso - torna-se compreensível. Completar a tarefa de
atualização desse fundamental setor coube ao Onix, considerado pelo
presidente da GM para a América Latina, Jaime Ardila, o principal
lançamento da marca desde o primeiro Corsa, em 1994 - não por acaso, o
modelo que agora o Onix aposenta definitivamente.
A fórmula para enfrentar Gol, HB20 e Etios, protagonistas num segmento
que ainda tem Palio, March, Sandero e Fiesta Rocam como coadjuvantes, se
repete no Onix: entregar itens antes exclusivos de carros mais caros
ser com preço iniciado sempre depois dos R$ 29 mil e antes dos R$ 30 mil
- no caso do Onix R$ 29.990, preço da versão LS, exclusiva para o motor
1.0. Airbag duplo, ABS com EBD, ar quente, desembaçador e limpador do
vidro traseiro e rodas aro 14 e direção hidráulica são de série. O mais
caro dos Onix sai por R$ 41.990, caso da configuração 1.4 LTZ.
Sua produção fica a cargo da planta de Gravataí, no Rio Grande do Sul,
que é a maior unidade fabril da GM na América do Sul, segundo a empresa.
A importância do novo compacto impôs uma ampliação de 35% na área útil
da fábrica, já considerada um complexo moderno, ao trazer para seu
entorno os principais fornecedores, facilitando a logística. Sua
capacidade, segundo a GM, é de 150.000 unidades/ano.
Personalização
Há tempos a personalização de fábrica não é mais exclusividade dos
ditos carros de imagem. Na onde de Mini Cooper, Citroën DS3 e Audi A1, o
Onix também oferece algumas decorações, aqui batizadas de 24 Horas,
Race e Joy, que incluem apliques na pintura e na cabine.
Chevrolet destaca quantidade de itens de série no Onix (Foto: Divulgação)
A GM também destaca os 110 acessórios disponíveis para o Onix, sendo
que 81 são exclusivos dele. "A média é de 20 itens, sendo que os carros
da GM têm, em geral, 25 acessórios. O Onix estabelece um novo padrão",
explica Gustavo Colossi, diretor de Marketing da Chevrolet.
Impressões
O
G1 experimentou o novo popular da GM por cerca de
240 km, como condutor e passageiro. A primeira parte da viagem foi feita
sobre o banco do passageiro da frente, e nota-se imediatamente a
simplicidade dos materiais usados (especialmente o plástico do painel)
se contrapondo a uma estrutura que abusa (positivamente) das formas
ousadas para elevar o status do modelo. No geral, encontra-se bom
acabamento e encaixe das peças, mas não é preciso se esforçar muito para
encontras leves rebarbas.
Chevrolet Onix substitui o Corsa (Foto: Divulgação)
O espaço frontal é bom, mas o mesmo não se pode dizer do traseiro, onde
parece ser impossível acomodar um quinto adulto com o mínimo de
dignidade. A posição de guiar é boa, mas pede um banco que fique mais
rente ao assoalho, enquanto o assento é curto. O bom ajuste de altura do
banco e o painel de agradável leitura compensam, em parte, essas
falhas.
Dinamicamente, o Onix apresenta bom desempenho, com destaque para o
1.0, que surpreendeu pelo fôlego. O bloco 1.4 reponde melhor, e
evidentemente, mas perto dos rivais 1.6 se mostra sensivelmente mais
fraco. Ambos fazem parte da nova família SPE/4, evolução em relação aos
antigos VHCE e Econo.flex.
Chevrolet Onix foi apresentado no Salão de São Paulo (Foto: Flavio Moraes/G1)
O ponto alto é a suspensão, com exemplar acerto. Os ocupantes são
poupados das irregularidades do piso, sem que o carro perca em
estabilidade.
Numa renovação de produtos de poucos erros e muitos acertos, a GM colocou o Onix no segundo time.
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