MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

'Não quero mais saber de lava a jato', diz dono de carro que matou ciclista


Sem CNH, funcionário pegou carro de cliente escondido e causou acidente.
Empresários dizem que não conseguem contratar funcionários qualificados.

Ivanete Damasceno Do G1 RO

Funcionários sem carteira de habilitação manobram veículos em lava a jatos (Foto: Ivanete Damasceno/G1)Empresários afirmam que a maioria dos funcionários não tem CNH (Foto: Ivanete Damasceno/G1)
“Depois que pegaram o meu carro e mataram um homem atropelado não quero mais saber de lava a jato. Fiquei traumatizado”, afirma o vendedor Marcelo Barroso, de 32 anos, proprietário do carro conduzido por um funcionário de lava a jato durante um atropelamento a um ciclista que morreu no local do acidente, em Porto Velho.
Não quero mais saber de lava a jato. Prefiro eu mesmo lavar meu carro"
Marcelo Barroso, vendedor
Barroso contou que deixou o veículo em um lava a jato na zona Sul de Porto Velho, no dia 13 deste mês, com um funcionário do estabelecimento. Quando voltou para buscá-lo o local já estava fechado. "Recebi uma ligação da polícia perguntando se eu era o proprietário do veículo, quando soube do acidente envolvendo meu carro. Prefiro eu mesmo lavar meu carro", afirma.
De acordo com o delegado da Delegacia de Roubos e Furtos, Sandro Luiz Alves, casos como esse não são caracterizados como crimes de roubo ou furto de veículos. “A situação em que a pessoa deixa seu veículo em posse de um desconhecido, como o caso de um funcionário do estabelecimento, a polícia entende como crime de estelionato, pois consideramos que o cliente deixa seu bem sob responsabilidade de alguém que não conhece”, explica Alves.
O G1 entrou em contato com a Delegacia de Patrimônio, onde são registrados crimes de estelionato, mas não obteve resposta sobre os casos envolvendo veículos em lava a jatos.
Placa em um lava a jato previne clientes (Foto: Ivanete Damasceno/G1)Placa em um lava a jato previne clientes
(Foto: Ivanete Damasceno/G1)
Contratação difícil
Rodrigo Schumann, de 33 anos, investe no ramo há três anos. Ele explica que tem muita dificuldade para contratar funcionários. “Eu procuro por pessoas que tenham, pelo menos, seis meses de experiência. Não é fácil. Se eu exigir mais do que isso não encontro ninguém”, afirma o empresário.
Schumann diz que dos sete funcionários, nenhum tem CNH. “Eu sou o único que dirijo os carros dos clientes. Eles manobram os veículos na rampa e para estacionar”, garante.
Porém, um dos funcionários do empresário afirmou ao G1 que, mesmo sem habilitação, busca e entrega vários veículos de clientes todos os dias. O funcionário preferiu não revelar sua identidade.
O mesmo acontece com Nildo Ferreira Mendonça, de 35 anos. No lava a jato do empresário, nenhum dos três funcionários possui CNH. “Trabalho há dez anos com lavador de carro. Para contratar funcionários não existe critério específico, a não ser experiência em lavagem de veículos”, destaca. De acordo com o proprietário, ele se desdobra para conseguir buscar e entregar todos os veículos de clientes. “Uso uma motocicleta e um carro, dou meu jeito, mas somente eu dirijo”, diz Mendonça.
Quem exige mais do que experiência na hora de contratar funcionários é Robson Seixas. “Já tive problemas com alguns clientes. Por isso, exijo um teste prático na hora da contratação, além de pedir referências profissionais”, explica. Ele conta que já precisou consertar carros de clientes que ficaram amassados ou arranhados.
Tive alguns casos em que flagrei o funcionário tentando furtar objetos dos clientes"
Robson Seixas
“Tenho dois funcionários com CNH, mas mesmo assim tive problemas com clientes que deixaram os carros para lavar e os veículos acabaram arranhados ou amassados, devido à falta de atenção do meu funcionário. Paguei o conserto dos veículos”, enfatiza Seixas.
Furto de objetos
Para evitar problemas, o advogado Domingos Sávio, de 49 anos, prefere lavar o próprio veículo. “Já tive muitos prejuízos em lava a jatos. Desde arranhar o carro até sumir tapetes do veículo. Não confio nessas empresas e, por isso, eu mesmo lavo meu carro”, afirma Sávio.
Casos de furto foram confirmados apenas por um empresário citado pelo G1, Robson Seixas. “Já flagrei um funcionário tentando furtar objetos dos clientes. Neste caso, a demissão foi imediata”, destaca Seixas.
Proprietários afirmam que têm dificuldade para contratar funcionários (Foto: Ivanete Damasceno/G1)Proprietários afirmam que têm dificuldade para contratar funcionários (Foto: Ivanete Damasceno/G1)

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