Bela Megale
O Globo
O entorno de Jair Bolsonaro tem uma preocupação central sobre o caso das joias de R$ 16,5 milhões trazidas ilegalmente pelo seu governo para a ex-primeira-dama e seu marido e que foram apreendidas pela Receita Federal: a documentação das tentativas frustradas para reaver o colar, anel, relógio e um par de brincos de diamantes enviados pelo regime da Arábia Saudita.
Na avaliação de aliados e auxiliares de Jair Bolsonaro, inclusive na área jurídica, a documentação dessas tentativas é o que tem potencial de trazer complicações para o ex-presidente, já que coloca em xeque argumentos de que ele desconheceria os presentes do regime saudita.
QUATRO TENTATIVAS – Como revelou o jornal “O Estado de S. Paulo”, o governo Bolsonaro procurou reaver as joias em quatro tentativas, sendo que uma delas se deu por meio de um ofício enviado à Receita Federal diretamente pelo gabinete presidencial.
Conselheiros de Jair Bolsonaro na área jurídica avaliam que, a depender do andamento das investigações, há chances de o ex-presidente responder pelo crime de descaminho, configurado pela entrada ou saída de produtos permitidos no país, mas sem respeitar os tramites burocráticos e tributários exigidos. Há a avaliação, porém, que a irregularidade administrativa por parte do governo está configurada.
O ministro da Justiça Flávio Dino afirmou, na sexta-feira, que vai acionar a Polícia Federal para investigar o caso.
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