Celebrado
no dia 15 de março, o Dia do Consumidor é uma oportunidade para ensinar
crianças e jovens a tomarem decisões financeiras conscientes, tendo em
vista que a data pode ser um estímulo ao consumismo. Da mesma forma que
ocorre em campanhas promocionais como a Black Friday, muitos
varejistas aproveitam este dia para oferecer descontos e promoções, o
que pode induzir pessoas a realizarem compras desnecessárias e, em
muitos casos, se endividarem.
Logo,
a educação financeira é uma das ferramentas chave para a prática do
consumo consciente entre adolescentes e a escola tem um papel
fundamental nessa instrução. “É preciso tornar o consumo consciente um
hábito e aí está a importância de construirmos esta consciência ao longo
da vida escolar do estudante”, afirma Débora Hack, gerente de projetos e
produtos educacionais da BEĨ Educação.
Da
Educação Infantil ao Ensino Médio, orientações sobre hábitos de consumo
consciente precisam estar no radar dos educadores. Isso se torna ainda
mais importante diante das consequências que um consumo desenfreado tem
sobre o meio ambiente e, assim, sobre o planeta.“É
preciso conscientizar as crianças e os jovens sobre novos hábitos de
consumo, como a economia circular, capaz de orientar sobre o não
descarte de produtos em boas condições”, explica Débora Hack. “Os
estudantes precisam aprender desde cedo que, quanto mais consumimos,
mais lixo produzimos e mais danos ao meio ambiente geramos”, afirma a
especialista.
Publicidade incentiva consumismo
Mesmo
diante de um cenário em que milhares de famílias precisam quitar
compromissos em atraso, o consumismo permanece sendo incentivado em
diversos espaços, inclusive no ambiente virtual. Uma pesquisa realizada em 2022,
que investigou que tipo de conteúdo mais influi sobre compras feitas
pela internet, revelou que, das 1.024 pessoas entrevistadas, 60% se
declararam influenciadas por publicidade paga de empresas e produtos.
Educação financeira em diferentes idades
Na
Educação Infantil, as crianças ainda não possuem conhecimento das
operações matemáticas. Por isso, Débora Hack sugere que esse tema seja
trabalhado por meio de dinâmicas de trocas de objetos ou conversas que
façam os alunos refletirem sobre como a compra de brinquedos novos pode
ser desnecessária.
Já
no Ensino Fundamental, é possível inserir discussões sobre juros,
parcelamento e pesquisa de preço. “Nessa fase, alguns alunos começam a
ganhar mesada e a calcular seus próprios gastos, então é um momento de a
escola trazer essas questões mais técnicas, sempre junto à
conscientização”, explica Hack.
No
final do Ensino Fundamental e durante o Ensino Médio, a discussão pode
ser aprofundada, vinculando a questão da economia circular à
sustentabilidade. “Para alunos desta faixa etária, é possível
proporcionar um nível de profundidade muito maior sobre como o
consumismo é prejudicial”, afirma Débora Hack. “É uma ótima oportunidade
para trabalhar nos estudantes um olhar sistêmico que relacione a crise
climática e a poluição à necessidade de mudar nossos hábitos de
consumo”, acrescenta.
Interdisciplinaridade no ensino médio
Incluída
pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) como um dos temas
obrigatórios de aprendizagem, a educação financeira pode ser abordada a
partir de diferentes pontos de vista. De acordo com o documento, essa
unidade temática envolve
“dimensões culturais, sociais, políticas e psicológicas, além da econômica, sobre as questões do consumo, trabalho e dinheiro”.
Débora
Hack reforça a importância de que temas como consumismo e direitos do
consumidor sejam trabalhados de forma transversal. “Esse assunto precisa
estar presente em diversos componentes curriculares, como nas aulas de
matemática, quando se trata de cálculo de juros no momento de uma
compra”, sugere. “Também pode ser trabalhado em interpretação textual,
quando se fala sobre o entendimento do texto de documentos como o Código
de Defesa do Consumidor”, explica Hack.
Outra
forma de apresentar o tema é por meio de projetos, a partir dos quais o
estudante poderá fazer pesquisas mais aprofundadas sobre seus direitos
enquanto consumidor. Para ajudar as escolas nesse processo, a BEĨ
Educação desenvolveu o projeto Aprendendo a lidar com o dinheiro, que trabalha a temática tanto na teoria como na prática.
Por
meio de uma abordagem interdisciplinar, o projeto estimula nos
estudantes uma reflexão sobre consumismo e apresenta noções importantes
sobre sustentabilidade. “Além de explicar para o aluno o que é economia
circular, o material desmistifica a ideia de que consumir mais faz com
que sejamos pessoas melhores, algo bastante recorrente especialmente
entre estudantes do Ensino Médio”, diz Hack.
Dia do Consumidor
No Brasil, a data foi criada em 1990, quando entrou em vigor o Código de Defesa do Consumidor (CDC),
legislação que trata das relações de consumo nas esferas civil,
administrativa e penal. Com a lei, estados e municípios passaram a ter
amparo legal para criar órgãos dedicados às reclamações de consumidores,
representados em diversos locais do país pelo Programa de Proteção e
Defesa do Consumidor (Procon).
Dentre
os principais avanços do CDC está o reconhecimento da vulnerabilidade
do consumidor diante do mercado. Esse foi considerado um passo
importante na garantia de direitos e maior segurança, segundo a lei, a
“toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou
serviço como destinatário final”.
“Acredito
que esta data nos mostra a importância de termos consciência sobre os
direitos do consumidor e para que possamos refletir sobre nossos hábitos
de consumo”, afirma Débora Hack. “Com o auxílio da internet, podemos
nos informar mais e melhor sobre o assunto e isso nos ajuda a ter mais
segurança no momento de fazer uma compra, tanto no que se refere ao
preço (pesquisa de preços mais baixos) quanto no que se refere à
confiança naquele dado estabelecimento”, finaliza.
Sobre a BEĨ Educação.
A BEĨ Educação desenvolve projetos educacionais com foco em
experiências transformadoras que trabalham a cidadania, a identidade, as
potencialidades, os conhecimentos, os valores e os sonhos dos
estudantes. Com o propósito de educar para uma cidadania mais engajada e
humanizada, ela busca criar um novo tipo de educação, mais relevante e
atraente, para esta e as próximas gerações de estudantes e educadores. A
BEĨ Educação é um desdobramento da BEĨ Editora, que há 30 anos vem
construindo um catálogo de livros sobre arte, design, arquitetura,
urbanismo, fotografia, economia e gastronomia, bem como organizando
exposições e ações culturais relacionadas ao exercício da cidadania e à
promoção da cultura brasileira. A empresa conta hoje com cinco frentes
de atuação: educação financeira; vida urbana, cidadania; artes e culturas indígenas e economia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário