Depois
de quatro meses sem registrar um óbito por covid, a cidade de Paulo
Afonso, no Vale do São Francisco, teve uma morte confirmada esta semana.
Em Guanambi, no sudoeste baiano, o aumento no número de casos da doença
adiou o retorno das aulas em uma semana e uma reunião de avaliação está
marcada para sexta-feira (8). Em Barreiras, no Extremo-Oeste, são 644
casos ativos. Nos últimos 26 dias, Bom Jesus da Lapa e Porto Seguro
também entraram para a lista das cidades com mais ocorrências.
No dia 22 de junho, às vésperas do São João, entrou em vigor em Paulo
Afonso um decreto que determinou o retorno do uso de máscaras em espaços
fechados, como unidades de saúde, transporte público, cinemas, escolas e
também em algumas áreas abertas. A medida foi uma tentativa de frear o
avanço da doença no município. Porém, o boletim desta segunda-feira (4)
não trouxe dados positivos. São 732 casos ativos. Juntas as cinco
cidades concentram cerca de 15% do total de casos confirmados na Bahia.
Paulo Afonso tem cerca de 120 mil habitantes e 115.625 receberam as duas
doses obrigatórias como proteção contra o novo coronavírus. Mesmo
assim, o cenário preocupa e o secretário de Saúde, Adonel Júnior,
informou que estuda adotar novas medidas. Outra cidade com alta de casos
é Guanambi, com 639 paciente. Por lá, a obrigatoriedade do uso de
máscaras em ambientes fechados foi derrubada em 5 de junho. Nesta
segunda, os estudantes deveriam retornar às escolas, mas a volta às
aulas foi adiada por conta do cenário. O Comitê de Enfrentamento a Covid
da cidade divulgou um comunicado informando que os dados serão
observados de forma diária, e na sexta (8), a equipe irá avaliar a
publicação de um novo decreto, com novas determinações. A Bahia tem
cerca de 13 mil casos ativos da doença, 30 mil óbitos e 1,5 milhão de
pacientes recuperados. Os municípios afirmam que a vacinação tem ajudado
para que a maioria dos casos seja leve. Em Barreira, por exemplo, dos
644 infectados, apenas quatro precisaram ser internados. Já em Bom Jesus
da Lapa, no Vale do São Francisco, são 285 casos confirmados de covid e
em Porto Seguro, no Sul do estado, mais 262 infectados. O jornal
Correio não conseguiu contato com essas duas prefeituras. Os números de
casos ativos fornecidos pelos municípios para essa reportagem são
maiores que os apresentados no boletim epidemiológico da Secretaria
Estadual de Saúde (Sesab). Segundo as prefeituras, existe um atraso na
atualização dos dados. Já a Sesab frisou que as informações que constam
nos boletins são de casos notificados pelos municípios nos sistemas do
Ministério da Saúde e em paralelo em sistemas do estado. Na capital, são
1.185 infectados. Apesar da vacinação ter avançado, a taxa de ocupação
das enfermarias alcançou 100% no Oeste baiano, e as Unidades de Terapia
Intensiva (UTI) estão 60% ocupadas. Os dados são do boletim
epidemiológico da Secretaria Estadual da Saúde (Sesab), divulgado nesta
segunda-feira (4). A região Leste aparece em seguida com ocupação de 52%
para UTI e 46% da leitos clínicos. Questionada se pretende adotar ações
específicas para essa região do estado, a Sesab informou, em nota, que
os municípios têm autonomia para definir medidas mais restritivas em seu
território e que incentiva a ampliação da vacinação e a buscar pelos
baianos que estão com a doses atrasadas. Em Salvador, as UTIs adulto e
pediátrica estão com 60% e 40% de ocupação, respectivamente. Já os
leitos clínicos estão sendo menos demandados pelas crianças, apenas uma
das 20 acomodações está ocupada, o que representa 5% da capacidade. A
situação é diferente para os adultos, onde 50 dos 80 leitos têm
pacientes (63%).
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