Considerado uma evolução do Open Banking, o sistema financeiro aberto é uma grande quebra de paradigma que promoverá inovações em produtos e serviços
Jorge Iglesias e Flavio Gaspar (*)
Clique nos links abaixo para visuzalizar as fotos dos executivos:Jorge Iglesias, CEO da TopazFlavio Gaspar, Diretor de Produtos da Topaz
Quando
mencionamos a palavra inovação, automaticamente associamos esse
conceito ao futuro, rapidez, praticidade e todas as facilidades que ele
agrega à vida das pessoas. Uma transformação tecnológica na área
financeira que está em pleno curso vai demonstrar, na prática, o que é
inovação. O Open Finance
(Sistema Financeiro Aberto) é o compartilhamento padronizado de dados e
serviços por meio de abertura e integração de sistemas. Em conjunto com
as transformações culturais que vivemos, o sistema é uma evolução do
Open Banking e surge como uma grande quebra de paradigma que promoverá
atualizações definitivas no ecossistema financeiro. Esse
movimento inclui a necessidade de os bancos conhecerem cada vez mais
seu cliente, seu contexto de vida, objetivos, o que gosta, o que
consome, curte e compartilha nas mídias sociais. Com base nessa
somatória complementar de referências sobre seus consumidores, a
instituição consegue propor ações, ofertas de produtos e recomendações
para gerar melhorias para sua vida de forma global. Os
benefícios para os usuários são vários: maior a diversidade de oferta
para cada perfil e cada momento da vida financeira; maior conexão com
parceiros para desenvolver soluções personalizadas aos consumidores;
mais engajamento e fidelização na solução de problemas; a instituição
mais centrada no cliente para resolver suas demandas particulares de
forma mais ágil e eficiente e, ainda, inclusão de mais pessoas no
sistema financeiro, uma vez que a multiplicação de produtos novos
atingirá as necessidades um número maior de novos correntistas e
investidores. O potencial
do Open Finance é grandioso: a projeção é a de que R$ 760 bilhões sejam
injetados no mercado de crédito nos próximos anos; 4,6 milhões de
pessoas sejam incluídas nesse mercado e mais 10 milhões de cidadãos
poderão ser bancarizados. De acordo com a Federação Brasileira de Bancos
(Febraban), 50% do crédito hipotecário depende de informações compradas
e 20% da receita é gasta com aquisição desses itens cadastrais. Com o
Open Finance, esse cenário vai mudar para melhor em benefício de todos
os componentes do sistema financeiro, pois é possível reduzir
significativamente os custos da obtenção de dados na gestão do
relacionamento com os clientes. Essa evolução possibilitará mais opções
de escolha aos cidadãos, que tomarão suas decisões em ambientes
regulamentados, seguros e integrados. A
complexidade de tratamento dos dados também será gerida de forma mais
eficiente: no processo de originação de contas e produtos, as etapas
mais intrincadas e burocráticas serão amenizadas pelo Onboarding
(tecnologia de automação de processo de cadastros), tanto digital ou
físico, eliminando a etapa de preenchimento de formulários pelas
pessoas. Outra evolução é
que a portabilidade ficará ainda mais dinâmica, uma vez que os
consumidores poderão facilmente transferir contas de uma instituição
para outra para receber uma remuneração mais alta por seus depósitos e
podem, ainda, comparar taxas de crédito de vários bancos sem precisar
consultar corretoras ou especialistas que cobram comissões por esse
serviço. O Open Finance deve eliminar os atravessadores e simplificar as
relações entre consumidores e instituições. A
segurança dos dados e prevenção de fraudes são preocupações constantes
e, erroneamente em alguns casos, vistas como áreas que inibem os
negócios. Mas a segurança deve ser vista como um grande facilitador para
a transformação dos negócios. Soluções como Implantação de Cloud
(inclusive na modalidade SaaS - Software as a Service, com a da Topaz),
crescimento de APIs, parceiros e ecossistemas integrados aumentam a
complexidade e vieram para ficar. Além
de ampliar as soluções para os clientes que são ativos no sistema
financeiro, projeta-se a inclusão de mais consumidores por meio da
Educação Financeira, com soluções de agregação de contas e PFM (Personal Finance Manager),
que são excelentes ferramentas para não só criar experiências
satisfatórias, mas para ampliar a educação financeira da sociedade,
reduzindo inadimplência, gerando inclusão e ativando ainda mais a
economia. Em última instância, esse agregado de transformações que está
em andamento com o Open Finance contribuirá para o crescimento do PIB
nacional. Outro acréscimo é o de novas ofertas
para as áreas de contabilidade, gestão, folha de pagamento e plataformas
para gerenciamento de fluxo de caixa, que podem ser obtidas com a
parceria entre bancos, fintechs e outras empresas. Microempreendedores
Individuais (MEIs) e Pessoas Jurídicas (PJs) devem ter, em geral, maior
facilidade para comprovar capacidade de pagamento. Soluções
tecnológicas recentes também devem contribuir muito para o potencial de
ampliação do Open Finance. Cada vez mais, o uso de Widgets
Personalizados vai permitir conectar funcionalidades inovadoras, criando
verdadeiros centros comerciais digitais (marketplaces). Os sistemas Data Integration & Cleaning,
por sua vez, serão capazes de remover silos e transformar dados brutos
em informações legíveis, padronizando e categorizando as informações. Já
o KYC (Know Your Costumer) e Data Analytics conectam, extraem,
processam e enriquecem dados de qualquer fonte, criando perfis
atualizados dos indivíduos. Com Governança e Segurança é possível
garantir cumprimento regulatório, identificar padrões de consentimento e
explorar esse mercado com proteção jurídica da LGPD. Se
o ano de 2021 foi marcado pela consolidação das fintechs, aceleração do
e-commerce e início da operação do Open Banking no Brasil,
impulsionando as indústrias financeira e de varejo, essa nova fronteira
entre banco e varejo que está quase invisível seguirá ainda mais forte
para os próximos anos com a modernização tecnológica. (*) Jorge Iglesias e Flavio Gaspar são, respectivamente, CEO e Diretor de Produtos da Topaz.
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