BAHIA NOTICIAS
por Folhapress
Quase 700 migrantes foram resgatados neste sábado (23) na costa
sul da Itália, segundo comunicado emitido pela guarda costeira do país
neste domingo, em uma demonstração do crescimento do fluxo migratório no
Mediterrâneo. As autoridades também encontraram na embarcação cinco
corpos de migrantes mortos a bordo em circunstâncias desconhecidas.
A maioria dos 674 migrantes foi resgatada em um barco de pesca a
quase 200 quilômetros da costa da Calábria, a "bota" do território
italiano. Eles foram transferidos para cidades portuárias na Sicília e
na Calábria, e os cinco cadáveres foram levados ao necrotério do
hospital do município de Messina.
Mais de 34 mil requerentes de asilo e migrantes chegaram à Itália
desde o começo deste ano, cifra superior aos 25,5 mil registrados no
mesmo período de 2021, segundo o Ministério do Interior da Itália.
Países mediterrâneos que fazem parte das principais rotas para a
Europa esperam receber mais de 150 mil migrantes neste ano, já que a
escassez de alimentos provocada pela Guerra da Ucrânia ameaça uma nova
onda migratória da África e do Oriente Médio. Na manhã deste domingo, o
navio de bandeira norueguesa Ocean Viking avistou um bote de borracha
superlotado nas águas internacionais na costa da Líbia e resgatou 87
pessoas, incluindo 57 menores desacompanhados, informou a embarcação no
Twitter.
Em outro episódio, no sábado, o navio de busca e resgate da ONG alemã
Sea-Watch resgatou mais de 400 migrantes, incluindo várias crianças e
duas mulheres grávidas, que viajavam em quatro barcos lotados. Segundo a
Sea-Watch, o mar calmo e a falta de vento ajudaram os migrantes a
chegar à costa italiana.
Em Lampedusa, na madrugada deste domingo, 522 pessoas de Afeganistão,
Paquistão, Sudão, Etiópia e Somália chegaram à ilha, a maioria a bordo
de cerca de 15 barcos da Tunísia e da Líbia. Trata-se de um desafio para
o centro de acolhimento local, que tem capacidade para abrigar 250
pessoas e hoje recebe 1.200 pessoas, de acordo com a agência italiana de
notícias Ansa.
A rota migratória do Mediterrâneo Central é a mais perigosa do mundo.
A Organização Internacional para as Migrações (OIM) estima em 990 o
número de mortos e desaparecidos desde o início deste ano.
Esse aumento de chegadas durante o verão no Hemisfério Norte coincide
com um período de grande incerteza política na Itália, após a renúncia
do primeiro-ministro Mario Draghi por perder o apoio de dois partidos de
seu governo de unidade nacional. O presidente da República, Sergio
Mattarella, dissolveu o Parlamento e marcou as eleições para 25 de
setembro, nas quais o partido de ultradireita Irmãos da Itália, liderado
por Giorgia Meloni, aparece como favorito nas pesquisas de intenção de
voto.
Neste domingo, o líder da formação direitista Liga, Matteo Salvini,
lamentou a chegada de "411 imigrantes ilegais em poucas horas a
Lampedusa". "Em 25 de setembro, os italianos finalmente poderão escolher
a mudança: pelo retorno da segurança, coragem e controle de
fronteiras", escreveu ele no Twitter.
BAHAMAS
Dezesseis pessoas morreram após um navio que transportava imigrantes
haitianos virar na costa das Bahamas, disseram autoridades neste
domingo, em meio a uma onda contínua de migração marítima em direção aos
Estados Unidos. Quatro mulheres e 17 homens foram resgatados do
incidente.
"Lamentamos as vidas perdidas daqueles que buscam um modo de vida
melhor", disse Keith Bell, ministro de Imigração das Bahamas, à agência
de notícias Reuters. "Peço àqueles que estão aqui com familiares e
amigos no Haiti que encorajem seus entes queridos a não arriscarem suas
vidas."
A polícia do arquipélago disse que o barco estava a cerca de 11
quilômetros da ilha de Nova Providência. O país na América Central é uma
rota frequente para imigrantes haitianos que buscam chegar aos EUA.
Viagens perigosas pelo mar em embarcações frágeis passaram a ser cada vez mais frequentes no decorrer de 2021, à medida que haitianos tentam fugir da pobreza e da crescente violência de gangues.
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