Em um cenário de desvalorização do peso argentino, o real - mesmo mais fraco perante o dólar - ganhou poder de compra no país vizinho.
Foto: Foto: ReproduçãoPor Fernando Scheller
Uma empresa fundada em 1851, no Estado de Nova York, nos EUA, a Western Union, virou a queridinha dos brasileiros que redescobriram a Argentina para viagens de lazer e até negócios.
A razão dessa febre é simples: ao contrário do que ocorre no Brasil – e também na maioria dos destinos internacionais –, o valor do peso em relação a outras moedas pode variar muito na Argentina. Conforme explicou o Estadão na semana passada, o câmbio argentino vai muito além do oficial, paralelo e turismo. Com a economia do país passou por muitas crises, foram criados cotações para diversos segmentos, como “soja”, “indústria” ou “vinho”. Logo, dependendo do câmbio usado, a cotação pode variar bastante.
No caso da Western Union, explica Amaral, o câmbio utilizado é o chamado “blue chip swap”, que é o utilizado para transações correntes na Argentina – ou seja, reflete um valor real da moeda americana, no dia da definição da troca, e não um número fixado pelo governo, como é o caso do câmbio oficial. É por essa razão que, enquanto R$ 1 vale cerca de 24 pesos pela cotação do governo, a Western Union pagava, no início desta semana, cerca de 56 pesos para cada R$ 1.
Mais 52 voos para o país
Em um cenário de desvalorização do peso argentino, o real - mesmo mais fraco perante o dólar - ganhou poder de compra no país vizinho. De olho nessa vantagem cambial, o turismo para a Argentina está ganhando força entre os brasileiros. Segundo o Inprotur, órgão que regula o setor de turismo no país, as companhias aéreas oferecem atualmente 162 voos semanais entre destinos brasileiros e a Argentina. Até dezembro, no entanto, o Inprotur estima que esse número vá crescer 32%, chegando a 214 trechos semanais.
Esse aumento na oferta vem para atender a uma demanda aquecida. Um levantamento do site Decolar mostra que, desde a abertura das fronteiras para receber visitantes, em outubro de 2021, houve um aumento de 200% nas buscas por pacotes de viagem para a Argentina. Segundo a empresa, as cidades mais procuradas são Buenos Aires, Bariloche, Mendoza, Ushuaia e Córdoba.
A Aerolíneas Argentinas é responsável por quase metade dos voos entre Argentina e Brasil - ao todo, são 72 frequências fixas para seis destinos dentro do Brasil, entre eles São Paulo, Curitiba e Porto Alegre. E há vários dados que sustentam a tendência de que há espaço para ampliar a oferta de trechos para a Argentina.
A Gol também prepara um aumento no número de frequências para a Argentina ainda este ano. Hoje a aérea opera 27 voos para o país, seu principal destino na América Latina.
Fonte: Agência Estado
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