O
Dia da Favela, comemorado no dia 4 de novembro, retoma o ano de 1990,
quando o termo "favela" apareceu em um documento oficial pela primeira
vez. Na ocasião, o ofício se tratava do Morro da Providência, conhecido
como a primeira comunidade do país devido às condições improvisadas de
infraestrutura por necessidade de habitação popular.
Por
anos, "favela" e "favelado", colocações consideravelmente pejorativas
foram evitadas pelas pessoas. Contudo, moradores desses territórios vêm
buscando a ressignificação da palavra favela e das questões que envolvem
o "ser favelado", mostrando que possuem orgulho de suas raízes e que
ser da favela também é sinônimo de trabalho, família, cultura, lazer e
respeito
Dentro
dessa perspectiva de desconstrução, Outdoor Social Inteligência,
instituto de pesquisas voltado para a classe C, também entra na luta
para quebrar o estereótipo de miséria e da criminalidade nesses
territórios. Desde março de 2021, um estudo tem sido levantado para
identificar os hábitos sociais e de consumo dos moradores das 12 favelas
com maior potencial econômico do Brasil (bloco conhecido como G10).
O
"Persona Favela" indica em números que, apesar de geograficamente
apartados dentro das cidades, a população das grandes comunidades
brasileiras também é empreendedora, têm acessado mais as universidades e
consomem produtos de grandes marcas em diversos segmentos.
"Mais
do que nunca, os habitantes das favelas estão conectados com as
tendências dos centros urbanos e estão inseridos nas mesmas lógicas de
consumo das demais classes sociais. A classe C consome grandes marcas e é
esse poder consumidor que será a força motriz de mudanças da economia
do Brasil como um todo e, consequentemente desses territórios", conta
Emília Rabello, fundadora do Outdoor Social Inteligência. Para a
especialista, o estereótipo do favelado assistencialista ou criminoso,
só será reciclado quando novas pontes entre a indústria e as comunidades
forem construídas.
Potencial econômico
Em
último levantamento, que traz um estudo comparativo entre 2020 e 2021, o
Outdoor Social Inteligência® traz um panorama sobre o que mudou após um
pouco mais de um ano de pandemia nas principais favelas no país,
revelando que existem mais de 289 mil comércios registrados nas mais de
13 mil comunidades em todo o Brasil. Só no G10, são 125 mil empresas com
CNPJ ativos, correspondendo a 43,5% dos empreendimentos.
Segue
alguns destaques das últimas pesquisas feitas pelo instituto,
analisando as favelas do G10. Caso tenha interesse, também temos dados
sobre saúde, comércios e alimentação. Também temos porta-vozes para
desdobrar a pesquisa e personagens para ilustrar os resultados.
· Empreendedorismo e pandemia
Uma
pesquisa comparativa entre 2020 e 2021 com os empreendedores presentes
no G10, revelou que, em 2020, 88% dos entrevistados afirmaram que
perderam faturamento por conta da pandemia. Já em 2021, esse número caiu
para 75%. Dos 25% que disseram não terem diminuído seu faturamento
durante a pandemia, as soluções adotadas foram ampliação na variedade de
produtos, com 51%; seguida de entregas à domicílio, com 47%, e vendas e
divulgações por meio das redes sociais com 45%.
Mesmo
com diminuições no faturamento de mais de 75% nos negócios, os
empreendedores mantiveram o emprego dos funcionários: 89% não demitiu em
2020 e, este ano, o percentual ficou em 80%. De todos os
empreendimentos entrevistados, 24% correspondem a CNPJ ativos há mais de
10 anos, 30% com 5 a 10 anos de atuação e 45% são novos empreendedores,
com menos de 5 anos de atividade.
· Educação
A
cifra anual que os territórios podem gerar com cursos superiores é de
R$ 75 milhões, já com cursos regulares, popularmente conhecidos como
cursos técnicos, R$ 84 milhões. O potencial de consumo anual geral nas
14 maiores comunidades do país chega aos R$ 9,9 bilhões.
A
pesquisa releva maior aderência aos cursos técnicos. Entre os ouvidos,
60% estão matriculados. Desses, 47% possuem bolsa ou estudam em
instituição pública, os outros 13% pagam pela formação. Os que cursam
faculdade, são 40%, sendo 17% bolsistas ou matriculados em universidades
públicas e 23% estão pagando pelo ensino.
Com
a pandemia, as universidades optam pelo sistema online, contudo, 76%
estão matriculados em instituições que normalmente oferecem aulas
presenciais. Desse índice, 59% correspondem aos estudantes que estão em
instituições fora da comunidade e apenas 17% acessam a educação em um
curso oferecido dentro da comunidade onde vivem. A pesquisa também
mostra que 24% realizam cursos à distância.
· Setor Bancário
Entre
os destaques, a pesquisa mostra que guardar dinheiro em cédulas é uma
prática do passado, inclusive nas comunidades. Apesar da tradição do
dinheiro vivo, apenas 13% dos entrevistados alegaram que não possuem
conta no banco. Dentre os mais de 80% que utilizam sistema bancáriosi,
30% têm conta digital, 30% utilizam uma poupança para guardar dinheiro e
34% movimentam sua renda em conta corrente.
O
estudo também perguntou aos entrevistados em qual formato eles recebem
seus salários. Nesse caso, mais da metade, cerca de 55%, afirmaram que
recebem seu pagamento em cédulas, 48,6% recebem no banco em forma de
crédito, transferência ou conta salário, e 34,1% recebem pelo método de
pagamento PIX. A maquininha de débito e crédito é citada por 14%.
Foram
ouvidas 435 pessoas residentes das comunidades Baixada Nova Jurunas -
Belém (PA):, Condor - Belém (PA), Cidade de Deus - Manaus (AM); Pirambú -
Fortaleza (CE); Coroadinho - São Luís (MA); Casa Amarela - Recife (PE);
Complexo de Amarelinha - Salvador (BA); Sol Nascente - Brasília (DF):
Aglomerado da Serra - Belo Horizonte (MG): Rocinha - Rio de Janeiro
(RJ), Rio das Pedras - Rio de Janeiro (RJ): Heliópolis - São Paulo (SP),
Paraisópolis - São Paulo (SP); São Domingos Agrícola - Curitiba (PR):
Cruzeiro do Sul - Porto Alegre (RS).
Sobre o Outdoor Social®
Criado
em 2012, o Outdoor Social® é um negócio de impacto que atua no mercado
brasileiro de publicidade como uma mídia OOH para a comunicação com a
periferia e no desenvolvimento de pesquisas de opinião e consumo com
este público. Presente em 6.200 comunidades em todo o país, a empresa
conta com 150 agentes comunitários, responsáveis pela análise do local,
cadastramento e contato junto a moradores de comunidades que cedem seus
muros para a colação de painéis publicitários, grafites ou promoções, de
forma remunerada. Com uma economia circular e gerando renda dentro das
favelas, o sistema já beneficiou mais de 30 mil famílias. Para mais
informações: www.outdoorsocial.com.br ou pelo Instagram @outdoorsocial.
Tide Social - Assessoria de Imprensa do Outdoor Social®
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