MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 30 de maio de 2020

Bolsonaro erra em manter Weintraub, que só tem trazido prejuízos ao governo


Premiando o ódio: Bolsonaro condecora ministro Weintraub com Ordem ...
Charge do Amarildo (Arquivo Google)
Pedro do Coutto
O presidente Jair Bolsonaro comete um enorme erro político ao tentar blindar Weintraub e mantê-lo na sua equipe. A presença do ministro da Educação abala ainda mais seu governo, somando-se ao recuo do PIB, à redução do consumo das famílias e às dificuldades que ele vem registrando junto à opinião pública.
Hoje mesmo a Folha de São Paulo publica pesquisa do Datafolha revelando que 69% do eleitorado pensam que ele não está cumprindo no Palácio do Planalto os compromissos que assumiu ao longo da campanha eleitoral. De outro lado 29% acham o contrário, que o candidato vitorioso em 2018 manteve seu programa como presidente da República.
BLINDAR O MINISTRO? – Como é possível o presidente Bolsonaro tentar blindar Weintraub e mantê-lo à frente da importante Pasta da Educação? Weintraub ficou em silêncio ao prestar depoimento à Polícia Federal. Exerceu seu direito que, aliás, reúne uma série de precedentes sobretudo de criminosos, quando descobertos, e que têm a obrigação legal de comparecer ao interrogatório policial.
Mas tratando-se de um ministro de Estado, a atitude tem outra dimensão, uma vez que foi ele convocado pela Polícia Federal, que na hierarquia integra o segundo escalão do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Trata-se de um caso singular que depõe , não só contra o ministro, mas contra o próprio governo do país.
NOITE DOS CRISTAIS – Inclusive a citação da noite dos cristais causou até reações internacionais, como foi o caso de Israel e da comunidade judaica de Nova York. Weintraub cerra fileiras em um grupo ideológico de extrema direita que mantém o governo na faixa de apoio de 30% da população.
Sobre o silêncio do ministro, vale a pena ler a matéria de Thais Arbex, O Globo deste sábado. Não quero dizer que todo direitista seja adepto do nazismo. Porém, todo nazista alinha-se à extrema direita da história universal. Portanto, os 30% de apoio que Bolsonaro conserva, na minha impressão, incluem o pensamento nazista apenas numa faixa entre 7% e 10%.
HOLOCAUSTO – É uma faixa reduzida (7% e 10%), pois o nazismo acarretou a morte de 50 milhões de seres humanos e representa eternamente o maior assassinato e violação de direitos humanos da história universal. O Holocausto está no esgoto da história. O nazismo, como dizia Santiago Dantas, representou a morte de uma posição ideológica contrária aos direitos humanos. Hitler não está sozinho entre os maiores assassinos da memória universal. Está secundado por Stalin, como acentua a própria posição da antiga URSS, que  depois de sua morte denunciou os crimes praticados. Kruchev foi um dos líderes comunistas que mais denunciou os crimes de Stalin. Os russos mudaram até o nome da cidade que resistiu às forças alemães.  Mas esta é outra questão.
PESSIMISMO CONSTANTE – No caso de Jair Bolsonaro, ele está enfrentando a recessão econômica com o aumento da dívida interna, com a diminuição do mercado de trabalho e com a falta de um projeto construtivo para a sociedade brasileira. O ministro Paulo Guedes projeta um pessimismo constante que contamina a população da mesma forma que a pandemia do coronavírus.
A política e extremamente dinâmica. Dois anos para ela constitui um prazo no qual figuram fatos capazes de mudar a direção das nuvens todos os dias. Vejam o exemplo dos EUA. Há um mês, Donald Trump encontrava-se em uma posição confortável para buscar a reeleição em novembro deste ano. Mas, de repente, surgiram fatos como sua ruptura com a OMS, sua fraca atuação contra o coronavírus e o assassinato de George Floyd em MIneápolis. Acontecimentos de peso capazes de direcionar o eleitorado americano na opção das urnas de novembro.  

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