Coluna de Alexandre Garcia, publicada pela Gazeta do Povo:
Macron não conseguiu muito na reunião do G7. Ficou praticamente
sozinho. Ele queria levantar o mundo contra o Brasil e continuou falando
sobre um status internacional para Amazônia, se ela estiver
prejudicando o mundo. Vejam só: 20 milhões de amazônidas, o que você
estão fazendo com o mundo, segundo Macron.
O que ele queria mesmo é ver subir a popularidade dele na França. Mas
a única coisa que subiu na França, segundo a agência de pesquisas
Standard & Poor's, foi o preço e valorização do vinho da uva pinot
noir da Borgonha.
Foi a única coisa que aconteceu. De resto, Macron está lidando com as
eleições: a direita subiu e ele está com grande rejeição. Os
agricultores do país, que não tem mais nem um metro quadrado para
expandir, devem estar reclamando do perigo que é o acordo Mercosul-União
Europeia.
Já a agricultura e a pecuária brasileira têm sim espaço para expandir
e ajudar a alimentar o mundo, além de alimentar o Brasil. Nós não
ocupamos nem 0,1% do território para produzir alimentos.
Outra coisa que é bom esclarecer é que, segundo os amazônidas, que
conhecem habitualmente as queimadas anuais da Amazônia, eles me falam:
“Você já viu uma foto verdadeira de queimada, queimando árvore em pé?”
Não, eu nunca vi. A floresta por dentro é inexpugnável.
Segundo me disse um deles, pode jogar um caminhão de gasolina lá
dentro que só vai queimar o caminhão de gasolina porque é a floresta
úmida, a Rain Forest. Primeiro precisaria derrubar, deixar secar por
meses e só então tacar fogo. Essa é a limpeza para roça que os
brasileiros em geral aprenderam da coivara indígena, essa técnica
praticada até hoje por indígenas e brasileiros inteiramente
independentes da Funai.
É isso que acontece. Mas se isso está sendo exagerado é preciso
preservar, sim, a floresta. Tomara que a Confederação Nacional da
Indústria, da Agricultura, a indústria da carne e a pecuária tomem a
iniciativa, também, de cuidar disso e fiscalizar a lei.
No STF
Despachando sobre pedidos de liberdade, os ministros do Supremo
mantiveram presas duas figuras que ficaram conhecidas nacionalmente.
O médium João de Deus, que está preso desde dezembro acusado de abuso
sexual, vai continuar preso. Pediram a liberdade dele dizendo que ele
estava doente. E também vai continuar preso o político, ex-presidente da
Caixa e ex-ministro do governo do PT Geddel Vieira Lima. Está preso no
presídio da Papuda, onde está desde setembro do ano passado, já faz
quase um ano.
Ele vai continuar preso por causa daquele dinheirão todo, parece que
eram R$ 52 milhões dentro de pacotes e malas naquele apartamento de
Salvador.
Ironia do destino
Foi presa uma senhora, a dona Dora Dias, de Santa Rita do Passa
Quatro (SP). Porque um casal vizinho a denunciou porque os quatro galos
dela estavam cantando cedo demais de madrugada e tirando o sono dos
vizinhos.
Ela acabou presa. Levou uma sentença de 25 dias na prisão. Certamente
a pena vai ser convertida, mas certamente não para comprar ração para
galináceo. Olha a ironia. Santa Rita do Passa Quatro foi de onde saiu um
tico-tico que acorda o mundo sempre que se fala em Brasil. O tico-tico
no fubá do Zequinha de Abreu.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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