A Polícia Federal e o Ministério Público tentam juntar as peças do
quebra-cabeça que envolve uma grave suspeita contra o presidente Michel
Temer: ele seria mentor e beneficiário do esquema de corrupção instalado
há mais de duas décadas no Porto de Santos. A Lava-Jato já colheu
depoimentos e indícios que convergem para um mesmo ponto: empresas
pagaram milhões de reais em propina a políticos para garantir
privilégios na operação de terminais portuários. Agora, as autoridades
estão atrás de uma testemunha que pode mudar o curso da investigação —
uma mulher que viu de perto a gênese do esquema, colheu documentos que
provam sua existência desde a década de 90, sabe o nome dos personagens
envolvidos e chegou até a ameaçar denunciá-los — mas, depois, fez um
acordo, desistiu das acusações e desapareceu. A revista Veja a
localizou. Pela primeira vez em quase duas décadas, a blogueira de moda
Érika Santos falou do esquema de pagamentos de suborno que ela mesma
denunciou vinte anos atrás. “Todo mundo já sabe a verdade há muito
tempo”, disse. Que verdade? Ela se mostra incomodada com a pergunta:
“Por que vocês não pegam a planilha e vão atrás? Não tenho o que falar
mais sobre essa história”. Em 2001, Érika apresentou à Justiça uma
planilha que, segundo ela, revelava a existência de um esquema de
“caixinha e propina” no Porto de Santos. O documento mostrava supostos
pagamentos de suborno de empresas a personagens identificados como “MT”,
“MA” e “Lima”. Os investigadores suspeitam que MT seja Michel Temer, MA
se refira ao economista Marcelo de Azeredo e Lima corresponda ao hoje
famoso coronel João Baptista Lima Filho, amigo do presidente e um dos
presos na operação da quinta-feira 29. (Veja)
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