MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 1 de maio de 2016

No Planalto, os funcionários não sabem como proceder na transição


Em clima de fim de festa, nem os telefone estão tocando
Deu em O Globo
A poucos dias do provável afastamento de Dilma Rousseff da Presidência da República pelo Senado, seus auxiliares se dividem entre os que ameaçam boicotar o eventual governo de Michel Temer e os que se mostram perdidos em meio a relatórios, sem saber a quem entregar. Num afã de vingança, um ministro chegou a sugerir que os arquivos sejam deletados, e o grupo do vice que se vire atrás de documentos e registros governamentais. Outro grupo prepara arquivos com a “memória do governo”, contratos assinados, a vencer e em andamento, mas não tem a mínima ideia com quem deixá-los.
Um ministro conta que, em uma reunião, um colega chegou a propor a organização de uma transição formal, mas foi rechaçado pelos presentes.
Enquanto a situação não se define no Planalto, auxiliares do vice se movimentam nos subterrâneos em busca do máximo de informações para montar o novo governo.
LEVANTAMENTO
Sem um organograma de todos os cargos existentes na esfera federal e, em especial, nos conselhos das estatais, onde são pagos “jetons”, usados como moeda de troca nas negociações de cargos, uma pessoa próxima a Temer cuida do levantamento.
— É uma situação atípica. Temos que assumir com o carro andando, estar com tudo pronto, mas não podemos pedir formalmente as informações — justificou um peemedebista.
Entre os funcionários governistas, há dúvidas sobre a conveniência de anteciparem suas exonerações ou esperarem que o novo governo assuma e demita os numerosos cargos de confiança, conhecidos como DAS, para que sejam ocupados por aliados.
PEDIR DEMISSÃO
Os ministros, secretários e assessores mais tarimbados, detentores das maiores gratificações, devem pedir demissão no mesmo dia da votação do plenário do Senado ou no dia em que Dilma for notificada sobre a decisão. Já os servidores não concursados, detentores dos cargos mais baixos, pretendem aguardar a decisão de Temer.
— Como é que eu vou pedir para sair, se, ainda que afastada, Dilma está presidente? Entregar o cargo é aceitar que ela será deposta ao final do processo — argumenta um funcionário de confiança de Dilma.
O TELEFONE NÃO TOCA
Um funcionário de carreira, que acompanhou a transição dos governos Fernando Henrique para Lula comenta as diferenças de ambiente no terceiro andar do Planalto, onde Dilma despacha, e a Vice-Presidência, no subsolo:
— Lá para cima está um clima bem ruim, melancólico. Na vice é um entra e sai de começo de governo.
Apesar das dúvidas sobre a saída do governo, já há um movimento discreto de caixas sendo organizadas e levadas embora. Entre os servidores palacianos, o clima é de luto. Uma pessoa que trabalha no gabinete da presidente notou:
— Aqui não tem um telefone tocando.
Posted in

Nenhum comentário:

Postar um comentário