Ideia surgiu depois que filha de Susy sofreu acidente e ela largou emprego.
'A gente tira boas ideias de momentos ruins', diz Susy Artele, de 56 anos.
Após
largar o emprego para cuidar da filha, Susy Arlete Figueiredo, de 56
anos, criou um atelier Pet e virou empresária (Foto: Aline
Nascimento/G1)
Foi após um acidente grave sofrido pela filha, ocorrido há seis anos,
que a empresária Susy Arlete Figueiredo, de 56 anos, resolveu montar um
negócio que hoje é o sustento da família. Após ter que largar o emprego
de 11 anos que tinha em uma fábrica para cuidar da filha, Arlete conta
que teve a ideia de montar um ateliê especializado em roupas e
acessórios para animais. Atualmente, ela fatura até oito salários
mínimos por mês com o ateliê.Susy lembra que o nome do ateliê, "Petrus", que existe há três anos, surgiu depois que a filha, Ana Paula, de 30 anos, ganhou um cachorrinho de uma amiga que quis agradá-la, já que ela tinha ficado deprimida com o acidente. "Ela ganhou o Petrus e como ele ajudou muito na recuperação, resolvi colocar o nome do ateliê em homenagem a ele", fala.
A empresária diz que como o cachorrinho havia virado o xodó da casa, ela começou a procurar roupinhas e acessórios para ele e via a dificuldade em encontrar roupas confortáveis e que se adequassem ao clima quente do Acre.
"Tivemos dificuldade em achar roupas com tecidos mais leves e que deixassem o animal confortável. Além disso, tínhamos também um outro cachorrinho que era deficiente e não encontrávamos roupas, então, resolvi me especializar nisso", acrescenta.
Roupas são confeccionadas com tecidos leves, segundo a empresária Susy (Foto: Aline Nascimento/G1 e Amazon Sat)
São mais de 250 clientes fixos, diz empresáriaO cachorrinho Petrus morreu de velhice há um ano e meio, mas a empresária conta que ele deixou um "legado" que nunca vai ser esquecido. Susy fala que está no mercado pet há três anos e conta com ao menos 250 clientes fixos, entre cachorros, gatos e até calopsitas, espécie de pássaro.
"Não sou costureira, costuro e bordo só para bichos. Hoje tenho meus clientes fixos e ainda vendo as roupinhas para dois pet shops da cidade e também exponho em feiras. Lucro por mês até oito salários mínimos e é com isso que ajudo no sustento da minha família. As roupas e acessórios custam de R$ 20 a R$ 150, dependendo do gosto do cliente", diz.
Susy diz que Hory é um de seus clientes fiéis
(Foto: Aline Nascimento/G1)
Roupinhas exclusivas(Foto: Aline Nascimento/G1)
Sobre a dificuldade em tirar as medidas dos 'clientes', a empresária diz que geralmente os animais ficam um dia todo em sua casa para que ela consiga tirar as medidas corretas. Como é o caso do cachorrinho Hory, que estava no ateliê para tirar medidas de uma nova roupinha exclusiva que Susy ainda iria confeccionar.
"Fico com os animais dos clientes mais chegados o dia todo. Acabo gostando de cuidar e aproveito para brincar um pouco com eles. O Hory veio aqui para eu tirar as medidas dele, não é um trabalho fácil, a gente tem que amar o que faz e saber falar quando a roupinha não vai ficar boa no animal. O dono, quando vai comprar roupas para bicho, precisa entender que quem vai vestir é o animal e que ele precisa se sentir confortável", enfatiza.
A corretora de seguros Laylla Chalub, de 20 anos, é dona do cachorrinho Hory. Segundo ela, o cãozinho é tratado como se fosse um filho, dorme no quarto, fica no ar condicionado para não ter calor e tem suas vontades atendidas.
"Praticamente todo fim de semana a gente pede para a Susy fazer uma roupinha para o Hory. Ela é super gente boa, cuida dele. As peças são exclusivas, eu e meu marido gastamos pelo menos R$ 200 por mês com roupinhas, entre bermudas, sapatinhos e acessórios", diz.
Roupas são confeccionadas com as medidas dos clientes (Foto: Arquivo Pessoal)
A empresária finaliza dizendo que agradece a Deus por ter devolvido a
filha com o mesmo sorriso que tinha antes do acidente e pela a
oportunidade que teve de trabalhar com o que gosta."Ela [filha] tem uma vida nova, faz faculdade de engenharia agronômica na Ufac [Universidade Federal do Acre] é uma pessoa realizada e feliz. Ela se adaptou, usa uma prótese, e vida que segue. Já o Petrus, que infelizmente morreu, só tenho a agradecer pelo que ele deu para minha família quando vivo", finaliza.
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