'Não tenho condições de pagar isso', diz mulher; energia do local foi cortada.
Eletrobras-AC diz que valor está certo e aponta irregularidade em consumo.
Maria Aparecida recebeu fatura de energia de quase R$ 18 mil (Foto: Evely Dias/Arquivo Pessoal)
A funcionária pública Maria Aparecida Gomes Ferreira, de 44 anos, está
no escuro desde o início desta semana. Ela, que mora na Vila Benfica,
zona rural de Rio Branco, relata que recebeu uma fatura no valor de quase R$ 18 mil, referente ao mês de junho, e não tem como pagar a conta.A situação, segundo ela, ocorreu após a troca do padrão de energia feita pela Eletrobras Distribuição Acre. A empresa alega que o valor cobrado está correto e corresponde a energia usada irregularmente e não paga pela consumidora.
"Não estava em casa quando trocaram o meu padrão, quem assinou foi meu marido que não sabe ler nem escrever direito. Instalaram o aparelho novo e levaram o antigo sem a minha autorização. Dois meses depois enviaram o boleto de quase R$ 18 mil. Fui até a Eletrobras-AC procurar o motivo desse valor, alegaram coisas que não existem, mas não provaram nada", contou.
Antes da troca do padrão, Maria diz que pagava no máximo R$ 62. Ela disse ainda, que a situação piorou na última semana quando cortaram a energia da casa dela. Mesmo com o prazo dado ela Eletrobras-AC, a funcionária pública alega que não tem condições de pagar a dívida.
Para não ficar no escuro, Maria conta que pretende procurar um local para alugar até que a situação seja resolvida. "Moro em casa própria, mas não posso ficar sem energia. Não tenho como pagar isso de forma nenhuma. Isso é um absurdo, não podem fazer isso conosco. Eles nunca ouvem a gente, alegam que havia 'gato', mas quando foram na minha casa disseram que era apenas uma troca de padrão ao invés do motivo real. Não sei mais o que fazer", lamentou.
Eletrobras-AC aponta irregularidades
Ao G1, o gerente do departamento comercial da Eletrobras-AC, Roberto Monteiro informou que o valor é uma fatura de recuperação de consumo. Segundo ele, isso significa que durante algum período a unidade consumidora não emitia corretamente o consumo de energia.
A empresa fez uma fiscalização na unidade consumidora, onde foi detectado que havia irregularidades na medição. O medidor foi encontrado sem os lacres e o disco de leitura estava parado mesmo com passagem de energia. Então adotamos os critério previstos da resolução 914 e processou a unidade por recuperação do preço de energia em 36 meses, por isso a fatura de R$ 17 mil", explica.
Monteiro ressaltou ainda que a mulher também possuía um comércio juntamente com a casa. "Era uma unidade mista. O cliente deve comparecer à empresa e apresentar sua defesa em até 30 dias. Se ele não aparece nesse período, a gente entende que o que foi decidido deve ser seguido", ressalta.
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