Para a direção, a autoestima dos presos aumentou e a reincidência caiu.
Presos também passaram por curso de pedreiro e estudam na cadeia.
Presos aprendem a confeccionar os próprios uniformes em cadeia de Mato Grosso (Foto: Assessoria/TJMT)
Dezenove presos da Cadeia Pública de Alto Garças, cidade a 366 km de
Cuiabá, passam por um curso profissionalizante para confeccionar os
próprios uniformes. De acordo com a direção da unidade, 19 dos 36 presos
trabalham em uma pequena fábrica de confecção de roupas na cadeia. Os
materiais e equipamentos vieram através de doações.A ideia do projeto de curso de corte e costura é estimular os presos para que eles possam ser reinseridos na sociedade quando saírem da cadeia, além de oferecer formação profissional. Conforme a diretora da unidade, Maria Gicelma, os detentos foram selecionados para participar deste projeto tomando como base o bom comportamento de cada um. Entre os presos estão os que cumprem pena provisória e os que já foram condenados.
Inicialmente, nessas primeiras aulas, os detentos irão confeccionar os uniformes dos presos da cadeia. No entanto, a proposta é que mais tarde eles possam atender também escolas, creches, hospitais, entre outras instituições da rede pública de Alto Garças. Existe a proposta de que os presos também confeccionem sacolas ecológicas.
Presos aprendem a confeccionar os próprios uniformes em cadeia de Mato Grosso (Foto: Assessoria/TJMT)
“Nosso projeto é de ampliação. Sabemos da importância do trabalho na
recuperação dessas pessoas. As parcerias têm sido fundamentais para o
sucesso do projeto”, destaca o juiz da Comarca de Alto Garças, Pedro
Davi Benetti.As duas salas onde são realizadas as aulas de corte e costura também foram construídas pelos detentos, que passaram por cursos de pedreiro. “Nós tínhamos muita madeira apreendida, que foi repassada para que se fosse feito um leilão. Com os recursos arrecadados construímos duas salas de aula e as coisas começaram a mudar”, relatou o magistrado.
Mudança
“Vemos a mudança deles no comportamento. Eles são bem receptivos, tranquilos e praticamente o índice de fuga, motins e outros problemas fica zerado. Temos dois detentos que se formaram aqui e que hoje trabalham como pedreiros na cidade. Antes eram usuários de droga e hoje se tornaram autônomos. Hoje eles têm uma opção para trabalhar”, mencionou a diretora da cadeia.
Os presos que estudam ou trabalham têm direito à remissão de pena. A cada três dias de trabalho um dia é reduzido na pena. A cada 12 horas de estudo, um dia a menos na cadeia.
O curso de corte e costura começou em janeiro deste ano está previsto para se encerrar no dia 17 de novembro. Os presos vão ganhar certificados e poderão começar outros cursos, como o de serigrafia.
“Temos outros projetos que devem ocorrer nos próximos meses, como o curso de serigrafia e uma fábrica de tijolos. Você vê a mudança neles, eles se sentem tocados a mudar, se regenerar e cuidar da família”, finalizou a diretora.
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