MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Da pequena panificadora até a grande indústria


As fábricas de alimentos representam 48,6% do setor industrial goiano. Mesmo na crise, atividade mantém equilíbrio e busca inovar
JORNAL O HOJE - GO

Thaís Lobo

Tudo começou em 1795, com a instalação do primeiro engenho de açúcar na atual Fazenda Babilônia, em Pirenópolis, no interior do Estado. De lá para cá, a indústria de alimentos cresceu e hoje é a mais representativa do setor industrial em Goiás, com 48,6% de participação, sendo uma das grandes responsáveis pelo desenvolvimento local.
“É o setor que mais emprega na indústria goiana, são cerca de 100 mil empregos diretos. É um número enorme de famílias que sobrevivem a partir do salário da indústria,” afirma o coordenador técnico da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Welington Vieira.
As indústrias de alimentos estão espalhadas por todo o Estado ajudando a agregar valor à produção agropecuária de Goiás e a promover o desenvolvimento social, diz o coordenador técnico da Fieg.  “É um setor que tem importância econômica e social muito grande. Até na crise é um setor que está sentindo menos, porque alimento é uma necessidade.”
O setor ainda concentra o maior número das grandes indústrias no Estado. Contudo, a maior quantidade de fábricas de alimentos ainda é de pequenas empresas. “Tem muita indústria pequena no setor de panificação, de fabricação de salgados, até mega empresas como a Perdigão, que tem mais de 9 mil empregados. É um setor que perpassa por todos os segmentos,” ressalta Vieira.
O fortalecimento do setor nos últimos anos pode ser visto em empresas como a Biscoito Goiano, uma indústria de quitandas congeladas que conseguiu  um crescimento invejável em pouco tempo. Fundada em 2005 com apenas cinco funcionários num galpão de 500 m², hoje a indústria já mantém 76 trabalhadores com carteira assinada num espaço de 4 mil m².  “Hoje nós estamos saindo de Goiânia e indo para outros Estados. Hoje mesmo (ontem) nós conseguimos enviar um caminhão com 8 toneladas para a Bahia e em novembro estaremos operando também em Brasília,” adianta a sócia-proprietária e diretora de operações, Lindevalda Borges Pereira.
Linda, como é conhecida, conta ainda que começou vendendo só biscoito de queijo e que hoje a indústria já oferece um mix com 40 produtos. Segundo ela, os supermercados estão reduzindo a demanda, mas ela é criativa e sempre tenta fazer a sua parte para ajudar na cadeia produtiva. “A redução na indústria faz com que a indústria explore novos ares e setores. Estamos saindo do Estado agora e todos os nossos fornecedores são de produtores goianos.É nossa forma de ajudar.” 
Da roça à exportação 

A vocação da indústria de alimentos no Estado foi fomentada pela agropecuária. Para o coordenador técnico da Fieg, Welington Vieira,  os segmentos são complementares. “A indústria compra matéria prima importada, faz a mistura aqui e vende para a agropecuária que, por sua vez, fornece material para a indústria, que também abastece o comércio,” explica.
O desenvolvimento da indústria de alimentos goiana se deu a partir da década de 1970, com o aumento da produção de soja e com a chegada de alguns frigoríficos no Estado, conta Vieira. Depois, em 1980, com o advento do programa Fomentar e, em 2000, com o Produzir - iniciativas que concedem benefícios fiscais às indústrias goianas – o setor se fortaleceu e foi o que mais ganhou participação na produção industrial estadual, passando de 40,4% em 2007 para 48,6% em 2012, segundo dados do Perfil da Indústria nos Estados, estudo desenvolvido pela Confederação Nacional de Indústrias (CNI).
“A Arisco, por exemplo, começou muito pequena. Ela fazia tempero e com o tempo ela cresceu e começou a ganhar mercado. Ela foi uma das primeiras empresas a ganhar os incentivos do governo e cresceu tanto que acabou sendo vendida para uma multinacional, mas ainda assim , ela continua puxando a industria de alimentos de Goiás,” lembra o coordenador .
O setor também é o mais importante para as exportações industriais de Goiás, sendo responsável por 60,8% do total exportado em 2013. A indústria de alimentos ainda tem grande influência no desenvolvimento de outros setores, avalia Vieira. “Quando uma indústria grande se estabelece em uma cidade, o lugar cresce, as habitações passam a ser melhores, fomenta o setor da construção civil. Outro setor muito impactado é o de embalagens, que tem crescido muito pela necessidade de embalar os alimentos,” finaliza. 

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