MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Lojas tradicionais fecham em shoppings baianos


Joyce de Sousa
A TARDE
  • Lúcio Távora l Ag. A TARDE
    A loja de moda masculina Toulon, no Salvador Shopping, vende as últimas peças do estoque até sexta - Foto: Lúcio Távora l Ag. A TARDE
    A loja de moda masculina Toulon, no Salvador Shopping, vende as últimas peças do estoque até sexta
Redes tradicionais de lojas, como Sandpiper, Toulon, Shop 126 e King Market, estão fechando lojas nos shopping centers de Salvador. A informação foi confirmada pelo presidente da Associação de Lojistas do Salvador Shopping, Humberto Paiva.
Segundo ele, até o final desta semana as lojas concluem o processo para o encerramento de atividades, aumentando a fila de desemprego na cidade. Ele cita o caso da Toulon, "que deve fechar as portas, de vez, até a próxima sexta-feira".
De acordo com o Sindicato dos Lojistas do Estado da Bahia (Sindilojas), desde o início do ano cerca de 50 mil pessoas já foram demitidas no comércio varejista baiano, 15 mil apenas em Salvador. "Lamentavelmente, a crise tem se apresentado muito mais grave do que podíamos imaginar", diz o presidente da entidade, Paulo Motta.

No Salvador Shopping, a queda nas vendas alcança a média de 25% ao mês, segundo informou Humberto Paiva. "O movimento caiu tanto que a gente sente até o ar-condicionado bem mais gelado, tão frio quanto nosso ânimo", lamenta.
Custos fixos
Para Paiva, a crise econômica aliada ao aumento de custos fixos para os lojistas de shopping estão praticamente inviabilizando a atividade nos estabelecimentos. "Antes, quando alguma loja anunciava, por algum motivo, que  iria sair do shopping, já havia três ou quatro na fila; hoje, são raros os interessados", conta.
Dentre os itens que, segundo Paiva, encareceram a atividade nos shoppings baianos está o aumento do aluguel das lojas. Os registros da associação apontam que, há cinco anos, o valor do aluguel do metro quadrado no shopping custava, em média, R$ 150. Hoje, a média saltou para R$ 300. Os lojistas ainda pagam 20% de Fundo de Participação de Publicidade (FPP).
"Fora isso, temos as despesas normais enfrentadas pelos lojistas decorrentes da inflação e os altos custos previstos pela legislação trabalhista que se tornaram ainda mais pesados com a queda do movimento nos shoppings", acrescenta Paiva. O empresário, dono de cinco lojas, está indignado. "A gente enfrentando crise e os shoppings querendo lucrar mais do que antes", afirma o  comerciante.
Estacionamento
Paiva voltou a criticar a cobrança do estacionamento como um dos agravantes da situação. "Até que se cobrasse, mas um valor compatível para o momento econômico que o país está vivendo, o que já afugenta o cliente".
"Em Feira de Santana, há uma lei que disciplina a cobrança e prevê a isenção, com apresentação de nota fiscal, para até três horas; aqui, falta uma lei, e a prefeitura está mais preocupada com os R$ 108 milhões que exigiu para liberar o alvará para a cobrança do serviço", acusou.
O presidente da seção baiana da Associação Brasileira dos Shopping Centers (Abrasce), Edson Piaggio, rebate os dados dos lojistas e diz não ter sido informado de fechamento de lojas. "Ao contrário: na crise, as lojas de shopping ainda têm conseguido melhor desempenho que os estabelecimentos de rua", alegou.
"Desse jeito, a gente vai acabar passeando por corredores vazios", lamentou a consumidora Jeane Santos.
Colaborou Patrícia França

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