Governo deveria investir no crescimento econômico, dizem manifestantes.
Evento começa nesta sexta-feira e vai durar seis meses.
Um carro queima durante protesto contra a Exposição Universal em Milão, na Itália (Foto: Luca Bruno/AP)
Violentos confrontos explodiram nesta sexta-feira (1º) em Milão entre a
polícia e dezenas de pessoas que usavam máscaras contra gases durante
uma manifestação contra a Exposição Universal, que foi inaugurada na
cidade italiana.Os manifestantes incendiaram vários carros e latas de lixo e jogaram pedras e outros objetos contra a polícia, que respondeu com gás lacrimogêneo.
O movimento cidadão 'No Expo' e outras organizações ativistas começaram a se reunir em um ambiente festivo para desfilar pelas ruas de Milão. Os organizadores da manifestação esperam reunir 30.000 pessoas.
A Exposição Universal de Milão abriu as portas nesta sexta-feira para seis meses de debates e eventos a respeito da agricultura e a alimentação, sob a sombra dos protestos organizados pelos críticos do evento.
Os primeiros visitantes chegaram durante a manhã para observar as dezenas de pavilhões, após meses de obras.
A inauguração, na presença do primeiro-ministro italiano Matteo Renzi e de outras autoridades internacionais, aconteceu no grande teatro ao ar livre da Expo, onde o Cirque du Soleil se apresentará durante seis meses.
Manifestantes
entram em confronto com a polícia durante protesto contra a Exposição
Universal em Milão, na Itália (Foto: Andreas Solaro/AFP)
Apesar da forte presença das forças de segurança, os acessos à área da
Expo permaneciam problemáticos, com dificuldades para a entrada de
veículos e atrasos no metrô.Quase 140 países participam no evento, que prosseguirá até o fim de outubro com o lema oficial "Alimentar o planeta, energia para a vida".
Em meio a vários escândalos de corrupção, as obras da Expo acumularam atrasos e os operários se viram obrigados a trabalhar por vários meses em sistema de rodízio as 24 horas do dia.
Manifestantes queimam carros em protesto contra realização da Expo Milão, na Itália (Foto: AP Photo/Riccardo De Luca)
A Itália
espera receber quase 20 milhões de visitantes no evento, que o governo
trata como o símbolo da recuperação econômica do país, mas que provocou
muitas polêmicas.Muitos criticam a forte presença das grandes multinacionais da indústria agroalimentar entre os patrocinadores, fato considerado considerado contraditório com a mensagem humanista da Expo.
O evento tem quase 80 pavilhões, sendo 54 administrados diretamente por países, nove dedicados a produtos concretos como café ou arroz e outros que abrigam empresas ou organizações da sociedade civil.
A Itália espera faturar quase 10 bilhões de euros, quase metade para o turismo em Milão e na região da Lombardia.
Mas muitos manifestantes, reunidos no movimento 'No Expo', denunciam o gasto desnecessário de dinheiro público, as condições precárias dos trabalhadores e a exploração dos voluntários.
Os protestos começaram na quinta-feira.
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