MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 29 de maio de 2015

PF faz operação em Minas contra empresário ligado ao PT


Ezequiel Fagundes - Hoje em Dia


Arquivo/Hoje em Dia
Dinheiro em avião traz os aloprados de volta a Minas
No avião: Benedito Rodrigues em 2010 teria participado de esquema para a produção de dossiês tucano

A Polícia Federal (PF) realiza na manhã desta sexta-feira (29), a operação Acrônimo que tem como objetivo combater uma organização criminosa investigada por lavagem de dinheiro. A ação em Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Goiás e Distrito Federal é um desdobramento da investigação que apreendeu R$ 113 mil, em outubro do ano passado, no avião do empresário ligado ao PT, Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, quando ele viajava de Belo Horizonte para Brasília.
Cerca de 400 policiais cumprem 90 mandados de busca e apreensão. As equipes de policiais envolvidos nas ações de hoje realizam buscas em cerca de 30 endereços de pessoas físicas e 60 pessoas jurídicas. Os mandados foram expedidos pela 10ª Vara da Justiça Federal no Distrito Federal.
O objetivo é localizar eventuais documentos, valores e mídias que possam esclarecer a suspeita de que os valores que circulavam nas contas de pessoas físicas e jurídicas ligadas aos investigados vinham da inexecução e de sobrepreço praticados pelo grupo em contratos com órgãos públicos federais.
Para ocultar a origem criminosa do dinheiro, os investigados empregavam a técnica desmurffing – que consiste na tentativa de evitar a identificação de movimentações fracionando os valores – além da chamada confusão patrimonial e do extensivo uso de pessoas interpostas, os “laranjas”, conforme as investigações. A PF investiga a participação do grupo em campanhas eleitorais.
Campanha
Bené é irmão de Júlio de Oliveira, sócio administrador da Gráfica e Editora Brasil, que prestou serviço a candidatos da legenda na eleição de 2014.
Conforme o Hoje em Dia revelou em 26 de novembro do ano passado, na campanha do governador de Minas, Fernando Pimentel (PT) parte das despesas foram contraídas com a Gráfica e Editora Brasil, sediada em Brasília.
A campanha do petista gastou R$ 3,2 milhões com a Gráfica Brasil, segundo a prestação de contas final do candidato. A despesa foi incluída na conta do Comitê Financeiro Único do Partido dos Trabalhadores e alvo de questionamento do Tribunal Regional Eleitoral.
Conforme relatório da Corte eleitoral mineira, houve a omissão de despesas com a Gráfica Brasil que foi um dos motivos pelo qual o corpo técnico do TRE opinou pela desaprovação das contas de campanha de Pimentel. As irregularidades detectadas, entre elas um valor de gasto extrapolado em R$ 10 milhões, culminou com pedido de cassação do mandado de Pimentel pela Procuradoria Regional Eleitoral de Minas. À época, a campanha do petista negou qualquer irregularidade.
Na ocaisão da apreensão da aeronave, durante a campanha do ano passado, a PF deteve Marcier Trombiere Moreira, ex-funcionário do Ministério das Cidades que atuava na campanha de Pimentel. Em 2010, Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, dono das empresas Dialog e Gráfica e Editora Brasil, foi interrogado pela PF sobre a denúncia de que teria pago o aluguel da casa usada na campanha presidencial. Ainda teve de prestar informações sobre um grupo de inteligência da campanha da então candidata Dilma Rousseff (PT) que estaria envolvido na produção de um dossiê contra o ex-governador José Serra (PSDB), em 2010.
O empresário teve também que dar explicações sobre supostas irregularidades em um contrato da Dialog com o Ministério das Cidades. A empresa tinha contratos da ordem de R$ 49 milhões com vários ministérios em 2009.
O nome da Operação
O nome da operação é uma referência ao fato de que o prefixo da aeronave onde foram localizados os valores é uma sigla formada pelas iniciais dos nomes de familiares do principal investigado da operação.
Ao longo dos quase 8 meses de investigação, os policiais realizaram acompanhamentos dos suspeitos, além de vigilâncias.. As equipes de investigação também se detiveram sobre os dados existentes nos notebooks, smartphones, tablets, além de outros dispositivos e mídias apreendidos durante a ação no ano passado, cujos acessos foram autorizados pela Justiça. No total, mais de 600 gigabytes de informação relevante foram analisados, cruzados com outras fontes e bases de dados, além de passarem por um atento trabalho de mineração de dados. Entre as medidas determinadas pela Justiça Federal está o sequestro de um bimotor turboélice King Air avaliado em R$ 2 milhões.
A reportagem ainda não conseguiu contato com os advogados do empresário. A assessoria do governador Fernando Pimentel também não se posicionou.

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