MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 1 de maio de 2015

No AC, sindicalistas fecham ponte em protesto no Dia do Trabalho


Ao menos 350 participam do ato em Cruzeiro do Sul, segundo a CUT.
Trabalhadores repudiam projeto de lei 4030 e exigem melhorias salariais.

Adelcimar Carvalho Do G1 AC
Representantes sindicais protestaram em Cruzeiro do Sul, no Acre (Foto: Adelcimar Carvalho/G1)Representantes sindicais protestaram em Cruzeiro do Sul, no Acre (Foto: Adelcimar Carvalho/G1)
A Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre (Sinteac), o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Acre (Sintesac), União Nacional dos Estudantes (UNE) e representantes de um movimento indígena das etinas Katukinas, Araras e Náuas realizaram um protesto, nesta sexta-feira (1), no Dia do Trabalho, por melhorias para a classe trabalhadora e fecharam a Ponte da União, no município acreano de Cruzeiro do Sul, distante 648 quilômetros de Rio Branco. Segundo João Sandim, presidente da CUT no município, o movimento contou com 350 pessoas. De acordo com a PM, 300 manifestantes participaram do ato. A ponte ficou interditada por ao menos 20 minutos e depois foi reaberta.
Os sindicalistas protestam contra o projeto de lei que regulamenta os contratos de terceirização no mercado de trabalho, contra a corrupção e por melhores condições de trabalho. Os indígenas exigem que suas terras fiquem livres de projetos de exploração do petróleo na região do Juruá.
O representante da CUT no Vale do Juruá e secretário geral da CUT, João Sandim, disse que é necessário aproveitar uma data que seria festiva para protestar. "Nosso desejo era estar comemorando, mas, as conjunturas nacional, estadual e a precarização da mão de obra no serviço público, que está em todos os locais do nosso estado não nos permite. Estamos aqui para reivindicar melhorias para classe trabalhadora", disse.
O sindicalista fez questão de ressaltar que a classe trabalhadora em Cruzeiro do Sul está unida com todas as outras que estão protestando pelo Brasil. "Somos contra esse projeto que está sendo aprovado no Congresso e já foi aprovado na Câmara, o PL 4330. Isso é muito ruim para classe trabalhadora. A partir da aprovação dessa lei não vamos ter mais concurso público. Os nossos filhos que tanto sonharam em se estabilizar dentro do serviço público, que estão estudando para isso, vão ver tudo jogado por água abaixo", desabafou Sandim.
Ato pacífico pede mais respeito à classe trabalhadora (Foto: Adelcimar Carvalho/G1)Ato pacífico pede mais respeito à classe trabalhadora (Foto: Adelcimar Carvalho/G1)
Sandim ressaltou ainda que as pessoas que já atuam como terceirizados em Cruzeiro do Sul já estão sofrendo as consequências desse tipo de atividade. "O espelho da terceirização no nosso estado são funcionários com salários atrasados, sendo praticamente escravizados e direitos trabalhistas sendo violados. É essa a mão de obra que querem para o povo brasileiro?", questiona.
O espelho da terceirização no nosso estado são salários atrasados e trabalhadores desrespeitados"
João Sandim, representante da CUT em Cruzeiro do Sul
De acordo com o presidente do Sinteac, Valdenisio Martins, o Dia do Trabalhador era para ser uma data festiva, para enaltecer os trabalhadores, mas a atual conjuntura em que o país vive não permite que a classe trabalhadora festeje.
"Infelizmente o Brasil não nos dá as condições necessárias para comemorarmos o Dia do trabalhador como deveríamos. Estamos reivindicando melhores condições de trabalho, para a categoria da Educação, e respeito. Esse também é um ato de repúdio a atual situação de corrupção que o país vive. Queremos mostrar para o Brasil que nós, no interior do Acre, também estamos juntos nessa luta", disse.
O cacique Inauá Huni Kuin disse que a classe resolveu se unir ao protesto do Dia do Trabalho para chamar atenção das autoridades estaduais em relação às terras indígenas.
"Estamos há uma semana no Vale do Juruá trazendo para o debate alguns temas indígenas, como a exploração de petróleo aqui no Vale do Juruá. Outro ponto que queremos debater são as mudanças climáticas e pagamento do serviços ambientais. Vamos fechar o evento com uma caminhada para tentar conscientizar a população sobre a preocupação das comunidades indígenas sobre os possíveis impactos que podem acontecer com esses empreendimentos para o Vale do Juruá", disse.
Segundo o subtenente Ferreira, da Polícia Militar, o ato foi pacífico e não foi registrada nenhuma ocorrência no município. "É um ato pacífico, estamos aqui para evitar que ocorra qualquer tipo de violência. O que nós estamos fazendo é desviar o trânsito para evitar engarrafamento", finalizou.
O protesto teve concentração às 8h30 na Praça Central da cidade, início às 9h, com previsão para terminar às 12h.

Nenhum comentário:

Postar um comentário