MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Blatter descarta renúncia

Presidente da Fifa é candidato à reeleição e Uefa decide não boicotar pleito
 
 
No início da manhã de ontem, a fachada já estava sem o nome  (Ricardo Borges/Folhapress)
No início da manhã de ontem, a fachada já estava sem o nome (Ricardo Borges/Folhapress)
Depois de duas horas de reunião, os dirigentes da Uefa, entidade que dirige o futebol europeu, decidiram não boicotar a eleição para presidente da Fifa marcada para hoje. Candidato à reeleição, Joseph Blatter descartou renunciar da disputa.
Os cartolas da Uefa mantiveram o discurso de apoio ao príncipe da Jordânia, Ali bin Al-Hussein, vice-presidente da entidade e único adversário do presidente Blatter, favorito à reeleição a um quinto mandato.
A eleição será realizada durante o congresso que começou ontem em Zurique com as 209 federações com direito a voto.
Na tarde de quarta-feira passada, dirigentes da Uefa ameaçaram boicotar a eleição após a operação policial que prendeu sete cartolas da Fifa em Zurique, entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin – todos acusados de corrupção pelas autoridades americanas.
Parte dos membros da entidade europeia, porém, resistia ao movimento de boicote, preferindo marcar posição pelo voto contra o adversário de Blatter.
O presidente da entidade, Michel Platini, teria pedido pessoalmente para Blatter renunciar ao cargo. O suíço, no entanto, teria recusado discutir o assunto.
Já o presidente da federação holandesa, Michael van Praag, que desistiu de concorrer ao cargo, afirmou aos jornalistas que o boicote não teria efeito e daria uma vitória tranquila a Blatter.
Sob pressão diante do escândalo que atinge a imagem da Fifa, Blatter marcou reunião de emergência com os representantes das confederações continentais para discutir a crise. No encontro, teria novamente reforçado que não vai deixar o cargo antes da eleição de hoje.
Mais cedo, ele cancelou presença agendada oficialmente em evento de medicina esportiva da Fifa marcado.
O diretor médico da Fifa, Jiri Dvorak, argumentou que o dirigente suíço disse que não poderia comparecer por causa das “turbulências” em curso.

“Envergonhado”
Joseph Blatter disse que a prisão dos sete dirigentes envolvidos em casos de corrupção, na quarta-feira passada, em Zurique, na Suíça, trouxe “humilhação” e “vergonha” ao futebol, mas se eximiu de culpa no caso.
Na abertura do 65º Congresso da Fifa, ontem, Blatter disse não ter poder de fiscalizar todos os membros da entidade.
“É um momento muito difícil para a Fifa. O que aconteceu ontem causou uma sombra sobre o futebol e sobre esse congresso. Ações de certos indivíduos trouxeram humilhação e vergonha ao futebol. É preciso ações imediatas. Não podemos deixar que a reputação da Fifa seja levada a lama. Isso precisa acabar agora”, disse Blatter.
“Eu sei que muitas pessoas me consideram como responsável pelos problemas e pela reputação da comunidade global do futebol. Mas não podemos monitorar todos o tempo inteiro”, afirmou.
Blatter chegou dez minutos antes de começar o evento. Foi recebido por uma discreta salva de palmas por alguns dirigentes. Sentou-se na cadeira do meio da primeira fileira.
Os cartolas chegaram ao evento protegidos por seguranças que impediam o contato com a imprensa, do lado de dentro e também de fora do local da cerimônia.
Do lado de fora do prédio, cerca de 100 manifestantes palestinos protestavam contra a entidade por causa das relações com Israel. (Folhapress)

Del Nero manda tirar nome de Marin da sede
De Zurique, onde participava do Congresso da Fifa, o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, via telefone, deu o aval para que a sede da entidade na Barra da Tijuca, no Rio, não tenha mais o nome de seu antecessor, José Maria Marin.
A conversa com o secretário geral da CBF, Walter Feldman, aconteceu no início da manhã de ontem, horário do Brasil. José Maria Marin, que presidiu a CBF de março de 2012 a abril de 2015, está preso desta quarta, na Suíça, acusado de participar de um esquema de corrupção entre entidades desportivas e empresas de marketing esportivo.
“A sede não tem mais o nome do Marin. Hoje, é uma sede sem nome”, disse Feldman à reportagem.
A fachada do prédio da CBF amanheceu ontem sem as letras que formavam o nome de José Maria Marin.
Inaugurado no ano passado, às vésperas da Copa do Mundo, o edifício, localizado na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro, homenageava o dirigente.
Ele ocupava o cargo de vice-presidente da gestão comandada por Marco Polo del Nero, mas foi afastado pela confederação.
As prisões de quarta foram realizadas a partir de pedido da promotoria de Nova York, que investiga supostos subornos e comissões desde o início dos anos 90 até a atualidade. Os detidos estavam em um hotel e participariam do Congresso da Fifa, que elegeria, inclusive, o presidente da entidade, até esta sexta-feira.

Retorno
Marco Polo Del Nero, deixou a Suíça ontem. O dirigente brasileiro não votará na eleição da Fifa, que aconteceu hoje, em Zurique. Como mandatário da CBF, ele tem direito a voto no pleito.
A informação foi confirmada à reportagem por funcionários da Fifa. Del Nero participaria do congresso da entidade amanhã. (F.P.)

André Pitta pode participar da eleição
Diferentemente do que informou a empresa Kasane, que presta serviço de assessoria de imprensa à Federação Goiana de Futebol (FGF), o presidente da entidade, André Pitta, não está de férias. Na verdade, está em Zurique, na Suíça, juntamente com a comitiva da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) que participa da eleição para a escolha do presidente da Fifa.
Como ontem o presidente da CBF, Marco Polo del Nero, deixou a Suíça e retornou ao Brasil, Pitta poderá ser o representante da entidade brasileira na eleição desta sexta-feira.
Além do presidente da FGF, também está em Zurique Mauro Carmélio, da Federação de Futebol do Ceará. Ele também pode ser indicado para votar na escolha da eleição da Fifa. Além de Joseph Blatter, o príncipe da Jordânia, Ali bin al-Hussein, disputa a presidência da Fifa.

Contratos
A CBF entregou ao Ministério Público Federal contratos que são alvos de investigação do Departamento de Justiça dos EUA. Os documentos são o acordo da entidade com a Nike, para fornecimento de material esportivo e patrocínio, e com as empresas de marketing esportivo Traffic Sports e Klefer para comercialização dos direitos da Copa do Brasil.

Ex-presidente está em um presídio de Zurique
O ex-presidente e atual vice-presidente da CBF José Maria Marin, 83, está em uma cela em um presídio na região de Zurique e passa bem, segundo informou à reportagem o Ministério da Justiça da Suíça.
Segundo a assessoria do ministério, o cartola, detido na quarta-feira sob acusação de corrupção nos EUA, não apresentou problemas de saúde até o momento.
“Ele está sendo tratado com todos os direitos humanos respeitados”, disse o ministério à reportagem.
Segundo o governo suíço, Marin foi levado a um presídio normal, onde ocupa uma cela pequena, com banheiro particular. “Normalmente é uma cela só para ele, com os padrões normais para esse tipo de preso, e boa alimentação”, disse.
O governo suíço informou também que, por enquanto, não pode revelar o endereço do local por “questões de segurança”. A assessoria do ministério não confirmou se o ex-presidente da CBF está no mesmo presídio dos outros seis cartolas presos na operação de quarta-feira.
O ministério confirmou que Marin terá de esperar o processo de extradição para os Estados Unidos, caso se recuse a ser transferido imediatamente para o país, responsável pelas investigações que o acusam de corrupção. (Folhapress)

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