MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 1 de fevereiro de 2015

A ‘Bélgica brasileira’ é aqui em BH: conheça nossas cervejarias


Frank Martins - Hoje em Dia


Daniel Mansur / Backer / Divulgação
Backer transformou a fábrica em Pátio Cervejeiro

Uma fábrica capaz de deixar Willy Wonka, um dos principais personagens do filme e do livro do escritor galês Roald Dahl, ambos chamados no Brasil de “A Fantástica Fábrica de Chocolate”, de queixo caído. Assim ficaria o caricato protagonista desse clássico ao ver o Pátio Cervejeiro da Backer, que foi inaugurado no fim de outubro do ano passado, e que junta em um só lugar turismo, gastronomia, negócios, arquitetura, decoração, conhecimento, muita, mas muita cultura cervejeira.

Instalado no bairro Olhos D’Água, na região Oeste da capital mineira, o novo prédio da Backer lembra antigas fábricas do Velho Continente com um pé direito alto. Combinando passado com modernidade, a iluminação do espaço, feita com lâmpadas LED, foi toda pensada de forma em valorizar o ambiente e os grandes toneis situados logo na entrada.

“O Brasil está engatinhando ainda neste segmento que é relativamente novo, não tendo mais que 20 anos. Através de experiências como esta, podemos aumentar o mercado de maneira ainda mais acelerada, promovendo o gosto do consumidor pelas boas cervejas especiais”, diz Paula Lebbos, diretora de marketing da Cervejaria Backer.

A proposta da Backer é similar aos passeios em fábricas de bebidas em outros países como na Europa. Os interessados investem R$ 40, com direito a visitação com cinco degustações de cervejas do dia, uma taça Backer e um certificado de participação. “Queremos é disseminar cada vez mais a cultura das cervejas artesanais”, alega Lebbos.

A Bélgica Brasileira
 
Conhecida como a capital mundial dos bares e botecos, Belo Horizonte agora também busca o “título” de referência nacional no ramo de fabricação de cerveja artesanal. Minas Gerais ocupa hoje o segundo lugar em produção de cervejas artesanais do país, perdendo apenas para Santa Catarina.

Não há um número exato, mas segundo estimativa da associação Acerva Mineira, por aqui são produzidos 55 dos 120 tipos de cerveja existentes no mundo. Considerando apenas as micro-cervejarias, hoje, são produzidos cerca de um milhão de litros de cervejas especiais, a maioria na Grande BH.
O Estado possui 30 fábricas de cerveja, das quais 24 são micro-cervejarias. Somam-se a elas, mais aproximadamente 180 produtores caseiros, aglutinados na Acerva. Todo esse potencial só vem a somar com o viés gastronômico tão conhecido e venerado fora de Minas.
 
“O movimento cervejeiro em Minas Gerais de 2008 para cá cresceu absurdamente. Não vejo como uma modinha. Ele está se firmando e as pessoas estão conhecendo esse universo maravilhoso das cervejas artesanais,” afirma Jaqueline Oliveira, uma das dez integrantes da Confraria Feminina de Cerveja (Confece), a primeira do gênero no país, fundada em 2007. As moças se reúnem uma vez por mês em algum bar da capital mineira para degustar as novidades do mercado mineiro. Elas já até produzem duas marcas para consumo próprio da loura gelada, a Conceição e a Aurora.

Recentemente a mineira Wäls Dubbel conseguiu um feito inédito entre as cervejarias brasileiras na prestigiada World Beer Cup, realizada nos Estados Unidos. Na premiação do ano passado, o rótulo tupiniquim Dubbel ganhou a medalha de ouro na categoria “Belgian Dubbel” e o Quadruppel ficou com a medalha de prata no grupo de “Outros Estilos Belgian Ale. Ao todo, mais de 1.400 cervejarias de 58 países inscreveram quase 4.800 rótulos para participar do concurso, que engloba 94 modalidades e é organizado pela Brewers Association.

“Essa premiação foi mais importante para o Brasil cervejeiro que propriamente para a nossa cervejaria”, explica José Felipe Carneiro, um dos sócios da cervejaria Wäls, que atualmente fabrica 15 tipos de rótulos, além das cervejas sazonais e de linha especial, e que podem chegar a custar até R$ 130 a garrafa.
 
Cerveja artesanal inspira rota turística na Grande BH
 
A visitação às fábricas de cervejas artesanais na Grande BH está se multiplicando e atraindo como público amantes do líquido dourado dos Deuses e pessoas leigas no assunto, mas que buscam através desses passeios se introduzir no meio cervejeiro.
 
“Fomos precursores neste tipo de tour cervejeiro aqui em BH. Abrimos as nossas portas para o grande público e desde o início buscamos expandir essa cultura de ‘Beer Evangelização’. Muitas pessoas não tomam cerveja artesanal porque não conhecem o produto ou porque não tem oportunidade. Queremos introduzir uma metodologia que ajude o consumidor a saber fazer uma harmonização que vá além do vinho”, afirma Carneiro. O jovem sócio da Wäls também confidenciou que em março a cervejaria planeja lançar um rótulo de produção própria feito com cogumelo hiratake salmão.
 
De acordo com o presidente da Belotur, Mauro Werkema, o Pólo das Cervejas Artesanais integra mais uma opção de fomento ao turismo e à economia da capital mineira. “Aplica-se a Belo Horizonte o conceito de ‘economia criativa’, em que predominam atividades econômicas baseadas na criatividade, na inovação, na tecnologia e no conhecimento”, destaca Werkema.

O modelo da Wäls é uma inspiração para outras cervejarias locais. A Taberna do Vale é uma das que se inspiraram neste modelo. “Viajo muito. E antes de planejar meu roteiro sempre procuro saber se nas cidades onde vou passar tem alguma cervejaria. Faço esse tipo de turismo cervejeiro há 10 anos. O resultado disso é que a decoração da Taberna do Vale é 100% fruto dessas minhas andanças”, conta Felipe Viegas, sócio da cervejaria Taberna do Vale.
Até um roteiro turístico cervejeiro está sendo comercializado para os apreciadores da loira gelada. A empresa Libertas Receptivo, parceria da Belotur com a Associação Brasileira dos Agentes de Viagens (ABAV-MG), oferece o Tour de Cervejas Artesanais e o Beer Tour.
 
De acordo com Fernanda Fonseca, diretora da empresa, o público de interesse no segmento é crescente e está em permanente busca de novas experiências.
 
A mãe de todas
 
Mais antiga microcervejaria da Belo Horizonte, a Krug Bier, no bairro São Pedro, foi aberta em 1997, e atualmente fabrica seis tipos de chope e cinco rótulos da cerveja Áustria. Em 2014, a fábrica teve uma produção de mais de 2,2 milhões de litros. “Por um lado, estreitamos as relações com nossos consumidores, por outro, eles aprendem como é feita a cerveja que têm à mesa”, pondera o austríaco Herwig Gangl e sócio-gerente da cervejaria.
 
A fábrica da Krug Bier é uma das maiores de Minas Gerais e mais modernas de Minas Gerais. As visitas, que têm duração de duas horas, ocorrem aos sábados, de 10h às 14h, em grupos de até 20 pessoas. “Para que todos possam aproveitar o passeio com segurança, recomendamos aos visitantes que não venham de carro”, lembra Gangl.
 
 
 
10 Bares para tomar cervejas especiais e artesanais
 
Adriano Imperador da Cerveja
Rua Cristina, 1270, Santo Antônio. 3586-9066. 17h/2h (sáb. 15h/2h; dom. 15h/0h; fecha seg.)
 
Café Viena Beer
Avenida do Contorno, 3968, Funcionários. 3221-9555. 10h/0h (qui. até 1h; sex. e sáb. até último cliente; fecha dom.)
 
Haus
Rua Juiz de Fora, 1257, Santo Agostinho. 3291-6900. 18h/1h (sáb. 12h/1h; dom. 12h/17h; fecha seg.)
 
Mello Pizzaria
Rua do Ouro, 331, Serra. 3221-4022. 10h às 23h (sex., sáb. até 1h)
 
Piu Pizza e Birra
Rua Curitiba, 2154, Lourdes. 3335-1977/3335-1515. 18h/0h (sáb., dom. e feriados 12h/0h)
 
Reduto da Cerveja
Avenida Álvares Cabral, 1030 - loja 6, Lourdes. 2515-1770. 16h/1h (sáb. 11h/1h; dom. 11h/18h)

 
Rima dos Sabores
Rua Esmeralda, 522, Prado. 3243-7120. 18h/0h (fecha dom. e seg.)
 
Stadt Jever
Avenida do Contorno, 5771, Savassi. 3223-5056. 18h/1h (sex. e sáb. até 3h)
 
UaimiiComo chegar
Rua Grão Mogol, 1176, Sion. (31) 3285-3435 (ter. a sab. de 17 até 0h; fecha dom. e seg.)
 
Villa Adriana
Rua Pium-i, 807, Sion. (31) 3654-9066 (ter. a sex. de 18 até 1h; sáb. de 11 até 1h; dom. de 11 até 17h)

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