Aline Louise / Hoje em Dia
Manifestantes tomam conta da entrada da ALMG
Cerca de 200 estudantes, membros da Brigadas Populares e de ocupações
urbanas da Região Metropolitana de Belo Horizonte, ocuparam na tarde
desta quinta-feira a Assembleia Legislativa de Minas Gerais. O ato, que
durou cerca de uma hora e meia, foi um protesto contra o retorno dos
auxílio-moradia aprovado pelos deputados em 12 de fevereiro.
Sob o grito de guerra "ocupar, resistir e morar aqui", eles chegaram a
ameaçar passar à noite no legislativo, como forma de pressão para serem
recebidos por membros da Mesa Diretora da Casa. Um dos líderes do
protesto, Rafael Bettencourt, do movimento Brigadas Populares, diz que o
retorno do benefício para os parlamentares, inclusive com casa na
capital, é um "absurdo", principalmente diante de um quadro de "mais de
600 mil famílias sem teto no Estado", disse.
O grupo reivindica a extinção do auxílio-moradia, que tem valor atual
de R$ 2.850, mas pode ser reajustado para mais de R$4 mil. Além disso,
os manifestantes também exigem o compromisso dos deputados com a luta
por moradia de todas as famílias em ocupações em Minas. Só na RMBH são
15 ocupações.
Por volta das 17h, a deputada Marília Campos (PT ), presidente da
Comissão de Participação Popular, recebeu os manifesantes. Ela prometeu
intermediar as demandas do grupo e, então, o protesto foi encerrado.
Segundo um dos líderes do movimento, Lacerda Santos, nesta sexta-feira
(27) haverá uma primeira reunião com representantes dos governos
federal, estadual e da prefeitura de Contagem para discutir a situação
dos moradores da Ocupação William Rosa, em frente ao Ceasa. O problema
do deficit de casas em Minas, em contraste com o auxílio moradia
concedido aos deputados, também deve ser tema de audiência pública na
Comissão de Participação Popular.
A assessoria de imprensa da ALMG informou que apesar dos protesto, não
está em discussão na Casa a revogação do benefício do auxílio moradia.
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