Foto: Reprodução
Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo
A Polícia Federal (PF) encontrou indícios de crime nas
operações dos 4,8 mil brasileiros que mantinham contas secretas no banco
HSBC, na Suíça. Diante da informação, transmitida na sexta-feira, dia
27, ao governo federal, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo,
determinou a entrada da PF no caso, revelado há 15 dias e conhecido como
“Swissleaks”. “Quem praticou ato ilícito, pouco importa se tenha poder
econômico ou poder político, será investigado, e, comprovado o crime,
será responsabilizado na forma da lei penal”, afirmou Cardozo, em
entrevista ao Broadcast concedida na manhã deste sábado, dia 28. A
decisão do ministro foi tomada após reunião realizada na sexta-feira com
técnicos da Receita Federal, da PF e do Ministério da Justiça. A
investigação da Polícia Federal vai se somar à conduzida pela área de
inteligência da Receita Federal, que promove uma inspeção para apuração
de crime fiscal. Há uma semana, o Fisco anunciou seu acesso a parte da
lista de cidadãos brasileiros que “supostamente possuíam relacionamento
financeiro com aquela instituição financeira na Suíça”. Questionado
sobre a atuação do governo pelo lado criminal e fiscal, Cardozo afirmou
que “normalmente são situações interligadas”. Por isso, o ministro
também determinou ao Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação
Jurídica Internacional (DRCI) que “faça colaboração internacional, com a
Suíça, para obter informações e conseguir a recuperação de ativos que
pertencem aos cofres públicos”. Nada menos do que 6,6 mil contas
bancárias abertas no HSBC, na Suíça, pertencentes a 4,8 mil cidadãos de
nacionalidade brasileira, estavam fora dos registros. A informação foi
revelada pelo International Consortium of Investigative Journalism
(ICIJ) há quase 15 dias. Essas contas totalizariam saldo de US$ 7
bilhões entre 2006 e 2007. “Investigações devem ser feitas com discrição
e sigilo. A orientação que dou em todos os casos à PF é que sejam
feitas estritamente dentro da lei”, disse Cardozo.POLITICA LIVRE
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