Cooperativa faz contas para pagar R$ 12 milhões que deve a 1,8 mil agricultores diretos 1,2 mil indiretos na região
Paralisação impediu escoamento da produção de leite e deixou estoques cheios de produtos
Foto:
Sirli Freitas / Especial
Darci Debona
O prejuízo com suspensões de abate de suínos e aves e leite
descartado ainda não foi contabilizado pelas agroindústrias, mas as
cifras atingem as dezenas de milhões. Somente a Cooperativa Regional de
Comercialização do Extremo- Oeste (Cooperoeste) perdeu mais de R$ 1
milhão em produtos no campo, com os 1,4 milhões de litros que não foram
recolhidos nesta semana.
– É um dinheiro que vai faltar na economia da região – disse o presidente da Cooperativa, Celestino Persch.
A Cooperoeste tem R$ 12 milhões para pagar aos 1,8 mil agricultores diretos e 1,2 mil indiretos. Mas, provavelmente, não terá caixa para isso e precisará renegociar com os fornecedores.
— Estamos há duas semanas sem vender — afirmou o diretor financeiro da empresa, Aldo Postal.
A empresa não tem mais nem pallet, que é a base de madeira para colocar as caixas de leite em cima. A Cooperoeste suspendeu a coleta de leite porque os três galpões com capacidade para seis milhões de litros estão lotados e mais um milhão de litros estão armazenados a céu aberto, cobertos por lona.
O agricultor Laudemir Daltoé, da linha Cruzinha, em Descanso, está dando leite para os porcos. Ele fornece o produto para a Tirol, que também não consegue chegar ao campo pelos bloqueios dos caminhoneiros. Ele já descartou cerca de 200 litros e, outros 600 litros, transformou em queijo. Ele a mulher e a nora ficaram três dias fazendo queijo.
Daltoé disse que apesar de perder cerca de R$ 700 nessa semana, apoia a manifestação. Ele reclamou que viu o preço do leite cair de um real para R$ 0,73 em menos de seis meses. A perda foi de R$ 2 mil por mês.
— A gente até desanima — diz.
Prejuízos de dezenas de milhões
De acordo com o diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados (Sindicarne) e da Associação Catarinense de Avicultura (Acav), Ricardo Gouveia, diariamente deixam de ser abatidos 4,8 milhões de frangos e 30 mil suínos, o que representa 80% da produção.
— O agravante é que está faltando ração no campo — diz ele.
Por causa dos bloqueios, somente parte da ração está chegando e faltam nutrientes para a composição do alimento dos animais, como nutrientes e farelo de soja. Com isso os frangos e suínos acabam sendo alimentados com milho puro.
Há notícias de morte de animais, como em Maravilha. O produtor Nelson Grando teve que enterrar 500 frangos que morreram de fome na sexta-feira, de um lote de 13 mil animais.
Além disso estão sendo descartados ovos que seriam utilizados para a produção de pintinhos. O vice-presidente da Aurora, Neivor Canton, estima que levaria uma semana para normalizar a produção após o fim da greve.
Os prejuízos com suspensões de abate de suínos e aves e leite descartado não estão sendo totalizados pelas agroindústrias, mas as cifras atingem as dezenas de milhões. A Fecomércio já estima um prejuízo diário de R$ 400 milhões no Estado.
Nas agroindústrias a situação é crítica. A maioria dos frigoríficos parou, pois não tem mais capacidade de estocagem, nem embalagem, nem condimentos. Somente a Aurora tem 120 mil toneladas estocadas em câmaras frias e caminhões refrigerados. São 10 unidades em SC e duas no RS. A JBS também parou quatro unidades no Oeste.
– É um dinheiro que vai faltar na economia da região – disse o presidente da Cooperativa, Celestino Persch.
A Cooperoeste tem R$ 12 milhões para pagar aos 1,8 mil agricultores diretos e 1,2 mil indiretos. Mas, provavelmente, não terá caixa para isso e precisará renegociar com os fornecedores.
— Estamos há duas semanas sem vender — afirmou o diretor financeiro da empresa, Aldo Postal.
A empresa não tem mais nem pallet, que é a base de madeira para colocar as caixas de leite em cima. A Cooperoeste suspendeu a coleta de leite porque os três galpões com capacidade para seis milhões de litros estão lotados e mais um milhão de litros estão armazenados a céu aberto, cobertos por lona.
O agricultor Laudemir Daltoé, da linha Cruzinha, em Descanso, está dando leite para os porcos. Ele fornece o produto para a Tirol, que também não consegue chegar ao campo pelos bloqueios dos caminhoneiros. Ele já descartou cerca de 200 litros e, outros 600 litros, transformou em queijo. Ele a mulher e a nora ficaram três dias fazendo queijo.
Daltoé disse que apesar de perder cerca de R$ 700 nessa semana, apoia a manifestação. Ele reclamou que viu o preço do leite cair de um real para R$ 0,73 em menos de seis meses. A perda foi de R$ 2 mil por mês.
— A gente até desanima — diz.
Prejuízos de dezenas de milhões
De acordo com o diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados (Sindicarne) e da Associação Catarinense de Avicultura (Acav), Ricardo Gouveia, diariamente deixam de ser abatidos 4,8 milhões de frangos e 30 mil suínos, o que representa 80% da produção.
— O agravante é que está faltando ração no campo — diz ele.
Por causa dos bloqueios, somente parte da ração está chegando e faltam nutrientes para a composição do alimento dos animais, como nutrientes e farelo de soja. Com isso os frangos e suínos acabam sendo alimentados com milho puro.
Há notícias de morte de animais, como em Maravilha. O produtor Nelson Grando teve que enterrar 500 frangos que morreram de fome na sexta-feira, de um lote de 13 mil animais.
Além disso estão sendo descartados ovos que seriam utilizados para a produção de pintinhos. O vice-presidente da Aurora, Neivor Canton, estima que levaria uma semana para normalizar a produção após o fim da greve.
Os prejuízos com suspensões de abate de suínos e aves e leite descartado não estão sendo totalizados pelas agroindústrias, mas as cifras atingem as dezenas de milhões. A Fecomércio já estima um prejuízo diário de R$ 400 milhões no Estado.
Nas agroindústrias a situação é crítica. A maioria dos frigoríficos parou, pois não tem mais capacidade de estocagem, nem embalagem, nem condimentos. Somente a Aurora tem 120 mil toneladas estocadas em câmaras frias e caminhões refrigerados. São 10 unidades em SC e duas no RS. A JBS também parou quatro unidades no Oeste.
DIÁRIO CATARINENSE
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