MEDIÇÃO DE TERRA

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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

No AM, médicos são presos suspeitos de cobrar por cirurgias na rede pública


Entre eles, há um médico de 46 anos, que é ex-vereador.
Um outro profissional, de 67 anos, é suspeito de estupro.

Adneison Severiano e Diego Toledano Do G1 AM
Médicos foram presos na manhã desta sexta, em Manaus (Foto: Michael Dantas/Polícia Civil)Médicos foram presos na manhã desta quinta, em Manaus (Foto: Michael Dantas/Polícia Civil)
A Polícia Civil prendeu três médicos na manhã desta quinta-feira (26), em Manaus, durante a operação "Jaleco". Os profissionais são suspeitos de participação em um esquema de cobrança ilegal de cirurgias em unidades de saúde da rede pública do Amazonas. Entre os detidos, há um médico de 46 anos, que é ex-vereador. Um deles, de 67 anos, também é suspeito de estupro. As investigações apontam que há outras pessoas envolvidas no esquema, entre elas, servidores públicos.
De acordo com a Polícia Civil, os mandados de prisão foram cumpridos na comunidade União da Vitória (no bairro Tarumã, Zona Oeste), bairro Colônia Oliveira Machado, Zona Sul de Manaus, e em uma maternidade, localizada no bairro Cidade Nova, Zona Norte da capital.
As investigações apontam que o trio trabalhava em três unidades de saúde da capital. Segundo a polícia, os médicos diziam às grávidas que a cirurgia para a ligação das trompas (laqueadura) era paga.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, as investigações da suposta cobrança pelos procedimentos cirúrgicos em hospitais do governo começaram há mais de um ano. A polícia recebeu as primeiras denúncias em novembro de 2013. O pagamento indevido seria cobrado por uma suposta quadrilha. "Eles [médicos] tinham um acordo entre si e outras pessoas capitavam mulheres que estavam grávidas e que gostariam de fazer cirurgias. Nos hospitais públicos, eles exigiam dinheiro para fazer as cirurgias. De uma das vítimas, eles cobraram R$ 2.800, dizendo que dividiam com outras pessoas da equipe", informou o delegado da Seccional Norte, João Neto.
Conforme o delegado, a primeira vítima que procurou a polícia registrou um Boletim de Ocorrência. "Ela esteve no hospital onde houve o crime. Imediatamente foi à delegacia de polícia, fez o registro, e nós, imediatamente, iniciamos as investigações. Ouvimos pessoas em uma investigação complexa até para comprovar esses crimes", informou o delegado.
A polícia investiga ainda denúncias de abuso sexual e de abortos supostamente cometidos pela quadrilha. As investigações continuam. "Nomes foram citados e eles [suspeitos] serão chamados e interrogados. Há outros médicos envolvidos, porque uma cirurgia envolve diversos profissionais", afirmou João Neto.
O delegado solicitou que as possíveis vítimas da quadrilha façam denúncias. "Aqueles que tiverem sido vítimas dessas pessoas podem nos procurar na Seccional Norte, ali no antigo 6º Batalhão de Polícia", disse.
Os médicos presos nesta quinta-feira serão indiciados por corrupção passiva e formação de quadrilha. Um deles também deve ser indiciado por abuso sexual.

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