Para Foster Brown, doutor em Ciências Ambientais, enchentes são esperadas.
Brasiléia, onde situação é mais crítica, vive a pior enchente da sua história.
Prédio do Fórum de Brasiléia atingido pela enchente do Rio Acre. Imagem registrada na terça-feira (24) (Foto: Caio Fulgêncio/G1)
A proporção atingida pela cheia do Rio Acre nos municípios acreanos não
é uma novidade, segundo análise do norte-americano Foster Brown, doutor
em Ciências Ambientais, pesquisador da Universidade Federal do Acre
(Ufac) e do Centro de Pesquisa Woods Hole (WHRC). Sofrem com a enchente
os municípios de Xapuri, Rio Branco, Epitaciolândia e Brasiléia, que vive a pior de sua história.Brown explica que fenômenos naturais como os vividos pelos municípios acreanos são intensificados pelo efeito estufa. "O efeito estufa é uma das causas. Sempre aconteceu no passado esses fenômenos, mas são esperados eventos de mais energia, que se traduzem em chuvas e secas mais fortes", afirma.
Doutor em Ciências Ambientais, Foster Brown, diz
que a partir de agora é preciso se adaptar
(Foto: Caio Fulgêncio/G1)
Além dos efeitos, o pesquisador diz que a frequência também deve aumentar. No caso de Brasiléia,
duas enchentes de grandes proporções atingiram o município. Em 2012, a
maior marca registrada pelo rio foi de 14,77 metros. Neste ano, o
manancial já atingiu 14,85 metros na segunda-feira (23).que a partir de agora é preciso se adaptar
(Foto: Caio Fulgêncio/G1)
De acordo com medição às 12h desta quarta-feira (25), o Rio Acre apresentou sinais de vazante e chegou a 15,26 metros em Brasiléia. Às 21h da terça-feira (24), o nível estava em 15,46 metros. Segundo o boletim do governo do estado, estão desabrigadas 286 famílias e 496 desalojadas. Um total de 2.496 pessoas atingidas, em 13 bairros.
"Sabemos que sempre aconteceu no passado, mas estamos esperando que as inundações aconteçam com mais frequência e intensidade. O que estamos vendo é o que esperávamos. Parte disso é adaptação outra parte é pensar num novo modelo de desenvolvimento que não precise de energia de combustíveis fósseis", acrescenta o pesquisador.
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