MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Semana Santa: das tradições populares à religiosidade dos capixaba



ES HOJE

Foto: Fernando Quintiliano
Fernando Quintiliano
Luiz Carlos fez mais de 20 tortas nesta Quinta-feira Santa
Comer torta capixaba, malhar o Judas e até beber “milome”- cachaça com raízes fortes-, são tradições de todos os anos. Para o capixaba, comer a torta é algo essencial na Semana Santa, malhar o Judas é uma tradição cultivada por muitos anos em todo o país, mas e beber milome? Para uma família aqui de Vitória, a bebida tem que ser ingerida na sexta-feira da Paixão. Segundo eles, ela protege o corpo de mau olhado.

Foto: Reprodução
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Milome é uma cachaça com raiz forte
Tradição é a transmissão de costumes, comportamentos, memórias, rumores, crenças, lendas, para pessoas de uma comunidade. E, é exatamente isso que Luiz Carlos Coutinho, o Luizinho, 56, faz há mais de 20 anos. Toda quinta-feira santa ele cozinha, faz várias tortas capixabas e distribui para quem quiser, já na sexta-feira da paixão, ele “fecha o corpo” bebendo milome, uma raiz maturada na cachaça desde o início de cada ano.

“Milome é uma raiz do mato e é remédio também, que a gente prepara pra fechar o corpo, já está separado para eu beber às 6h da manhã, é tradição tomar um milome e comer a torta” contou Luizinho. “Segundo a lenda se você fosse mordido por cobra no mato, era só comer a raiz de milome para se salbar. Minha avó me dava milome para tudo”, disse.

Para ajudar a fazer todas as tortas, Luizinho recebe familiares e amigos para auxiliá-lo na cozinha. Das 11h até às 14h, já foram servidas 16 tortas e a expectativa é que mais nove sejam servidas até o final do dia. A tradição já tem 20 anos. “Isso aqui na verdade é uma confraternização, já tem oito anos que participo desse encontro, revejo amigos, vizinhos e familiares”, disse a amiga da família, Keyla da Cunha Dias.

Foto: Reprodução
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Judas foi o discípulo que traiu Jesus. Tradicionalmente, "malha-se" o Judas que trai a população
Malhar o judas

Nos relatos bíblicos, Judas Iscariotes, que integrava o grupo de apóstolos de Jesus, foi o responsável por entregar Cristo aos soldados que o levaram para ser crucificado. Judas indicou Jesus com um beijo no rosto. Pela traição, o apóstolo recebeu 30 moedas de ouro. A passagem bíblica marca um dos maiores casos de traição da história da humanidade e, por isso, faz os cristãos, anos após ano, reviverem a cena. O dia da malhação de Judas foi trazido pelos espanhóis e portugueses para toda a América Latina.

Várias regiões do Estado malham o Judas. Na Praia do Suá, em Vitória, moradores pretendem usar como exemplo a CPI da Petrobrás ou a violência vivida no Espírito Santo. No bairro, a malhação do Judas será realizada na Rua Almirante Tamandaré, a partir das 10h, no sábado de aleluia.

Foto: Reprodução
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Páscoa: Ressurreição de Jesus Cristo
Domingo de Páscoa

Na tradição católica, os fiéis também celebram o Tríduo Pascal, que começa na quinta-feira santa e termina no domingo de páscoa. As missas têm o clima triste, pois marca a morte de Cristo, depois dá lugar às festividades que anunciam a ressurreição de Jesus, que é comemorada pelos católicos no domingo de Páscoa.

“Hoje nós celebramos a da instituição da Eucaristia, foi quando Jesus fez a última ceia. Já na sexta-feira da Paixão, quando nós fazemos a adoração da cruz, às 15h, pela morte de Cristo, a gente para em reverência e percebemos que ali na cruz, Jesus pagou todos os nossos os pecados.A missa continua, ela não se encerra, temos ainda a vigília pascal no sábado de aleluia, são realizadas leituras relembrando as histórias de salvação, recordando a morte e a ressureição de Jesus, São Paulo disse que Jesus ressuscitou pela nossa fé”, contou o Dom Wladimir, bispo auxiliar de Vitória.

Após a passagem do Tríduo Pascal, os católicos se preparam para a festa de Pentecoste, data que marca os 50 dias após a Páscoa e os fieis católicos relembram a vinda do Espírito Santo sobre a igreja.

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