Marcos Campos/New Holland/Divulgação
Os grandes produtores de grãos são os que têm mais adotado máquinas modernas
A incorporação de novas tecnologias ao agronegócio brasileiro tornou-se
uma questão de sobrevivência para os produtores, que vêm investindo
cada vez mais na mecanização dos processos e na profissionalização da
mão de obra no campo, necessária à operação do maquinário de ponta que
ocupa as lavouras, atualmente.
Em Minas Gerais, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) já
vem constatando uma mudança no perfil do trabalhador rural, que precisa
apresentar um nível mais elevado de alfabetização, além do conhecimento
de informática e tecnologia, para acompanhar o novo ritmo da produção.
“O uso de equipamentos modernos, como tratores, ordenhadeiras e
colheitadeiras, tem sido ofertado com um grau tecnológico bem mais
avançado. Isso exige que os usuários dessas máquinas tenham essa mesma
característica de acréscimo de conhecimento”, afirma o coordenador de
formação profissional do Senar no Estado, Luiz Ronilson Araújo Paiva.
Valorização
Segundo ele, os grandes produtores de grãos, de maneira geral, e da
silvicultura são os que mais têm adotado máquinas modernas em sua cadeia
produtiva. A agricultura de precisão é outro segmento que tem
implantado equipamentos com controle eletrônico.
Com essa renovação na estrutura e a adequação dos trabalhadores, a mão
de obra no campo está valorizando-se. “Se considerarmos que um operador
de trator recebe, em média, R$ 1.200 por mês, ele agora deverá receber
até R$ 1.700; de 25% a 40% de remuneração a mais por ser um profissional
diferenciado”, diz Paiva.
Desempenho
A otimização da produção vem contribuindo para as projeções positivas
do setor. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), a estimativa para a safra colhida neste ano é de
crescimento de 3,4% em relação a 2013.
Segundo o presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA),
Antonio Mello Alvarenga Neto, a robustez do agronegócio é fundamental
para o desenvolvimento econômico do Brasil, uma vez que ele representa
cerca de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e responde por
aproximadamente 30% dos empregos gerados no país.
“Educação, conhecimento científico e capacitação profissional são
alavancas indispensáveis para o desenvolvimento de qualquer setor
econômico”, afirma Alvarenga Neto.
Internet auxilia a busca por profissionais qualificados
Levantamento feito pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos
Automotores (Anfavea) mostrou que, no ano passado, a venda de máquinas
agrícolas em Minas Gerias cresceu 5,8% ante 2012, passando de 8.409 para
8.897 unidades, confirmando a tendência de mecanização do trabalho
rural no Estado.
Diante da necessidade de atrair mão de obra capacitada para o campo
para operar esses equipamentos cada vez mais modernos, a Sociedade
Nacional de Agricultura (SNA) criou um espaço virtual, dentro de seu
site, para que profissionais e empresas comuniquem-se. No SNA RH, como é
chamado, são cadastrados currículos e ofertas de emprego.
“O Brasil é muito grande e diversificado. Em algumas regiões, há
carência de determinados profissionais que estão disponíveis em outras
cidades. Um veterinário especializado e residente no Rio de Janeiro, por
exemplo, pode estar sendo demandado por uma empresa localizada no Mato
Grosso do Sul”, afirma o presidente do SNA, Antonio Mello Alvarenga
Neto.
Diferencial
De acordo com ele, a profissionalização das empresas de agronegócio
brasileiras é imprescindível para o aumento da competitividade e da
rentabilidade. Além disso, os melhores resultados ajudam a driblar as
dificuldades comumente encontradas no setor, como infraestrutura de
armazenagem, transporte e comercialização deficientes.
“Se o profissional for mal treinado, o resultado será ineficiente. Mas,
se aliarmos as duas coisas, o índice de ganho será muito mais alto do
que era antigamente”, diz o coordenador de formação profissional do
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Minas Gerais, Luiz Ronilson
Araújo Paiva.
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