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Agronegócio
Os grandes produtores de grãos são os que têm mais adotado máquinas modernas


A incorporação de novas tecnologias ao agronegócio brasileiro tornou-se uma questão de sobrevivência para os produtores, que vêm investindo cada vez mais na mecanização dos processos e na profissionalização da mão de obra no campo, necessária à operação do maquinário de ponta que ocupa as lavouras, atualmente. 
 
Em Minas Gerais, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) já vem constatando uma mudança no perfil do trabalhador rural, que precisa apresentar um nível mais elevado de alfabetização, além do conhecimento de informática e tecnologia, para acompanhar o novo ritmo da produção.
 
“O uso de equipamentos modernos, como tratores, ordenhadeiras e colheitadeiras, tem sido ofertado com um grau tecnológico bem mais avançado. Isso exige que os usuários dessas máquinas tenham essa mesma característica de acréscimo de conhecimento”, afirma o coordenador de formação profissional do Senar no Estado, Luiz Ronilson Araújo Paiva.
 
Valorização
 
Segundo ele, os grandes produtores de grãos, de maneira geral, e da silvicultura são os que mais têm adotado máquinas modernas em sua cadeia produtiva. A agricultura de precisão é outro segmento que tem implantado equipamentos com controle eletrônico.
 
Com essa renovação na estrutura e a adequação dos trabalhadores, a mão de obra no campo está valorizando-se. “Se considerarmos que um operador de trator recebe, em média, R$ 1.200 por mês, ele agora deverá receber até R$ 1.700; de 25% a 40% de remuneração a mais por ser um profissional diferenciado”, diz Paiva.
 
Desempenho
 
A otimização da produção vem contribuindo para as projeções positivas do setor. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a estimativa para a safra colhida neste ano é de crescimento de 3,4% em relação a 2013.
 
Segundo o presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Antonio Mello Alvarenga Neto, a robustez do agronegócio é fundamental para o desenvolvimento econômico do Brasil, uma vez que ele representa cerca de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e responde por aproximadamente 30% dos empregos gerados no país.
 
“Educação, conhecimento científico e capacitação profissional são alavancas indispensáveis para o desenvolvimento de qualquer setor econômico”, afirma Alvarenga Neto.
 
Internet auxilia a busca por profissionais qualificados
 
Levantamento feito pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) mostrou que, no ano passado, a venda de máquinas agrícolas em Minas Gerias cresceu 5,8% ante 2012, passando de 8.409 para 8.897 unidades, confirmando a tendência de mecanização do trabalho rural no Estado. 
 
Diante da necessidade de atrair mão de obra capacitada para o campo para operar esses equipamentos cada vez mais modernos, a Sociedade Nacional de Agricultura (SNA) criou um espaço virtual, dentro de seu site, para que profissionais e empresas comuniquem-se. No SNA RH, como é chamado, são cadastrados currículos e ofertas de emprego.
 
“O Brasil é muito grande e diversificado. Em algumas regiões, há carência de determinados profissionais que estão disponíveis em outras cidades. Um veterinário especializado e residente no Rio de Janeiro, por exemplo, pode estar sendo demandado por uma empresa localizada no Mato Grosso do Sul”, afirma o presidente do SNA, Antonio Mello Alvarenga Neto.
 
Diferencial
 
De acordo com ele, a profissionalização das empresas de agronegócio brasileiras é imprescindível para o aumento da competitividade e da rentabilidade. Além disso, os melhores resultados ajudam a driblar as dificuldades comumente encontradas no setor, como infraestrutura de armazenagem, transporte e comercialização deficientes.
 
“Se o profissional for mal treinado, o resultado será ineficiente. Mas, se aliarmos as duas coisas, o índice de ganho será muito mais alto do que era antigamente”, diz o coordenador de formação profissional do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Minas Gerais, Luiz Ronilson Araújo Paiva.