MEDIÇÃO DE TERRA

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domingo, 6 de abril de 2014

Eleições 2014: Procuram-se herdeiros para 1 milhão de votos

     

Fernando Duarte
A TARDE

  • Editoria de Arte | A TARDE
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Mais de 1 milhão de votos ficarão órfãos em outubro. A conta é a soma das votações de cinco deputados federais em 2010 que não buscam a renovação de mandato - do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), ao petista Zezéu Ribeiro, que desistiu de disputar a eleição.
Candidato a vice na chapa liderada por Rui Costa (PT), João Leão (PP) evita falar a palavra "espólio". O progressista, quarto mais votado no último pleito, classifica o capital eleitoral como  herança política a ser deixada para "companheiros", do próprio partido ou de siglas aliadas.
"O meu herdeiro político é o Cacá Leão (PP), mas ele prefere ser candidato a deputado estadual mais uma vez", lamenta o pai. Leão avalia que, mesmo que haja a indicação de um nome para substituí-lo, a transferência de votos não é automática.
Ele cita exemplos de Barreiras e Barra, onde existia uma expectativa de uma votação expressiva no caso de uma candidatura à reeleição. "Pode botar quem quiser que não ter os mesmos votos. Com a minha saída fica um vácuo e os companheiros acabam herdando", revela Leão.
Sem destino definido, o também progressista Mário Negromonte, sexto mais votado na Bahia, tem o herdeiro dos votos definido. "Quem vai ficar com o espólio é Mário Jr.", aponta Negromonte, que tentou a indicação para vice e deixou espaço para a ascensão do filho, hoje deputado estadual.
Conforme frisa Leão, mesmo a relação consanguínea não garante uma transferência dos votos. "Muitos amigos estão pedindo e estamos conversando. Agora nunca vai ser a mesma votação", completa o deputado.
O cientista político Paulo Fábio Dantas corrobora com esse raciocínio. "João Leão deve usar o seu espólio para ampliar seu arco de relações. Não deve seguir a mesma lógica de Mário Negromonte. Transferência propriamente dita acontece no caso de Negromonte, pois envolve a questão familiar",  diz o pesquisador ao analisar o caso.
Herança cobiçada
Campeão de votos em 2002, 2006 e 2010, o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM) é o detentor da herança mais cobiçada, acima dos 300 mil votos nos três pleitos.
O professor Paulo Fábio Dantas, todavia, acredita que a repatriação dos votos do prefeito já deve ter acontecido antes, quando ACM Neto iniciou sua corrida para o Executivo.
Essas bases já devem estar ocupadas desde que ele foi para a prefeitura. Esse espaço está no 'mercado' há dois anos", sugere o pesquisador. Segundo ele, houve uma forte participação do prefeito nessa redistribuição, porém o processo é mais complexo para traçar um panorama comparativo.
Ainda que não haja uma transferência dos votos de ACM Neto em 2010, a tentativa de capitalizar o espólio dele  é uma das forças motrizes para que dois deputados estaduais do DEM tentem chegar a Brasilia, Paulo Azi e Elmar Nascimento. Além de figuras como Gerson Gabrielli, ex-presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Salvador.
"Os deputados federais que tentam reeleição também devem herdar esses votos", lembra Azi. Nesse grupo, o presidente estadual do DEM cita  o ex-deputado federal José Carlos Aleluia, que retorna à disputa pela Câmara após a frustrada tentativa de se tornar senador, em 2010.

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