up! é seguro e econômico, mas deveria oferecer mais conveniência
Muito aguardado, o up! chegou ao Brasil
em fevereiro com a missão de substituir o Gol de quarta geração e com a
previsão de vender 120 mil unidades até o final do ano. Muito bem
recomendado pelo Inmetro em relação ao consumo e pelo Latin Ncap no que
diz respeito à segurança, o subcompacto da Volkswagen não está tendo um
bom resultado de vendas.
Em
março, primeiro mês completo de vendas após o lançamento, o veículo
fracassou. De acordo com a Federação Nacional da Distribuição de
Veículos Automotores (Fenabrave), apenas 3.517 unidades emplacadas no
último mês. Levando em conta que a Volkswagen possui 600
concessionárias, a média por loja não chega a seis unidades, muito pouco
para um lançamento desse segmento.
Nos
últimos dias, rodamos 900 quilômetros com a versão White do up! e
ficamos surpresos, algumas coisas são muito interessantes e outras são
intrigantes. A primeira coisa que muitas pessoas que viam o carro
questionavam era sobre o espaço interno, pois o pequeno capô deixa uma
impressão que ele é menor do que aparenta. Nesse ponto, o up!
surpreende, por dentro ele agrada e é bem espaçoso para o segmento,
acomodando bem até um motorista com 1,90 metro.
Mas
muitas coisas que estão dentro da cabine não agradam. Os cintos de
segurança dianteiros possuem ajuste, mas é preciso levar o carro na
concessionária para que isso seja feito. Nada prático. A saída de ar
central não é direcional e não pode ser fechada. O porta-luvas não tem
iluminação e o som - e o sistema multimídia - não possui entrada USB. Os
vidros elétricos não possuem sistema de um toque e apenas os dianteiros
podem ser elétricos, até mesmo nas versões mais caras.
O nome up! é escrito em letras minúsculas e com ponto de exclamação após a palavra, que se pronuncia ape. (Foto: Marina Silva)
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ECONÔMICOO
up!, que é fabricado em Taubaté, no interior de São Paulo, é equipado
com um motor produzido em São Carlos, também em SP. O EA 211 - que fez
sua estreia ano passado no Fox Bluemotion - tem 999 cm³ e 12 válvulas
(quatro por cilindro) e chega à potência máxima, alcançada as 6.250
rotações por minuto, de 75 cv de potência quando abastecido com gasolina
e 82 cv quanto utiliza apenas etanol. O torque máximo é de 9,7 kgfm com
gasolina e 10,4 kgfm com etanol, e ocorre a partir de 3 mil rpm. Mas, a
partir de 2 mil rpm, mais de 85% do torque máximo já está disponível. O
câmbio é sempre manual, de cinco velocidades.
O
conjunto é bem eficiente e um dos destaques do veículo. De acordo com o
Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), o
up! tem a melhor classificação no Programa Brasileiro de Etiquetagem
(PBE) entre os modelos equipados com motor flexível, direção assistida e
ar-condicionado. O instituto atesta que é possível rodar 13,2
quilômetros com um litro de gasolina no trânsito urbano. Na estrada, a
média indicada pelo Inmetro é de 14,3 km/l com gasolina.
Em
nossa avaliação, também utilizando gasolina, a média urbana ficou em
12,5 km/l. Em rodovias, o consumo aferido foi de 13,7 km/l. De acordo
com a Volkswagen, a aceleração de 0 a 100 km/h ocorre em 12,6 segundos
quando abastecido com gasolina e em 12,4 segundos com etanol. A
velocidade máxima é de 163 km/h com gasolina e 165 km/h com etanol.
O
porta-malas do up! tem capacidade para 285 litros, exatamente a mesma
que o Gol. O compartimento do Fox tem 25 litros a menos. (Foto: Marina
Silva)
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MERCADOO
preço inicial do up! é R$ 26.900, valor da versão Take de duas portas.
No entanto, essa configuração só chegará às concessionárias a partir de
maio. Atualmente, o consumidor tem à disposição apenas as versões de
quatro portas e a mais barata delas custa R$ 28.900 (Take). Nessa
configuração, além dos itens obrigatórios de segurança, tudo é opcional.
Do ajuste de altura do volante ao ar-condicionado, tudo é cobrado à
parte. O indispensável ar-condicionado custa R$ 2.750 e a direção
eletromecânica, que é vendida em um pacote que inclui ajuste de altura
da coluna e rodas de aço de 14 polegadas, sai por R$ 1.240. Dessa forma,
para ter um up! com ar e direção, é preciso desembolsar R$ 32.890. Para
levar pintura metálica, some ainda mais R$ 1.030.
A versão Move, que tem alguns itens a mais, começa em
R$ 28.300 com duas portas e
R$
30.300 com quatro. Ar e direção continuam sendo opcionais. A seguir,
apenas com quatro portas, vem a configuração High, por R$ 34.900. Nessa a
direção eletromecânica e alguns itens de conforto são agregados, mas o
ar-condicionado continua sendo opcional.
Com
tudo, só a versão topo de linha. Determinada pelas cores Black, Red e
White - como a testada pelo AUTOS -, todas com pintura sólida. Custa R$
39.390. No entanto, para levar o sistema multimídia maps & more, é
preciso pagar R$ 100 pelo kit de preparação e conexão com o sistema de
som e outros R$ 1.200 pelo aparelho multimídia. Para o revestimento em
couro sintético dos bancos são cobrados outros R$ 670.
Sempre
com motor 1.0, o up! em sua versão mais recheada custa o mesmo que
veículos mais potentes e que já são mais bem equipados desde as versões
iniciais. Com motorização 1.5,
o Citroën C3 Origine custa
R$
40.990, o Ford New Fiesta S R$ 42.190 e o Peugeot 208 Active R$ 41.790.
Além disso, estão na briga outros Volkswagen, como Fox e Gol; o
Chevrolet Onix; os Fiat 500, Palio e Uno; o Hyundai HB20; o Nissan March
e o Renault Sandero, esses dois últimos que serão reestilizados em
breve.
São
3,60 metros de comprimento, 1,91 m de largura (com retrovisores), 1,50 m
de altura e 2,42 m de entre-eixos. Ele é 0,29 m menor que o Gol. (Foto:
Marina Silva)
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