A queda de sete pontos percentuais na aprovação do governo Dilma não
surpreendeu empresários e líderes políticos em sua terra natal.
Presidente do Conselho de Política Econômica da Federação das Indústrias
(Fiemg), Lincoln Gonçalves considera normal o recuo nos índices por se
tratar de ano eleitoral, mas alerta: “a persistir essa tendência nas
pesquisas, significará uma insatisfação com os rumos do governo”.
Para o presidente do PSD-MG e da Câmara Brasileira da Indústria da
Construção (CBIC), Paulo Simão, desde janeiro era esperada uma redução
na aprovação da presidente. “Um reflexo tanto dos acontecimentos como
das investidas dos candidatos Aécio Neves e Eduardo Campos, que bateram
muito no governo”.
Na opinião do presidente da Associação Comercial e Empresarial
(ACMinas), Roberto Fagundes, os números são combustível para a oposição e
um desgaste para o governo, que vem perdendo os embates com o
Legislativo.
“No andar da carruagem, deve piorar bastante a posição da presidente”,
prevê Fagundes. Segundo ele, o percentual se aproxima do registrado
durante os protestos em 2013. “Em termos políticos, tem-se outra
previsão para outubro”, avalia. “Por outro lado, é ruim para o mercado,
pois os empresários não sabem qual será a reação do governo”.
O pré-candidato tucano à Presidência, Aécio Neves, também comentou a
pesquisa. “Quero dizer que os resultados são a ponta do iceberg. Eles
começam a apontar para um governo que vive, a meu ver, os seus
estertores. A culpa é do conjunto da obra”.
O cientista político Malco Camargos avisa: “a pesquisa acende a luz
amarela para Dilma e para a oposição. O eleitor passa a criticar a ação
do governo, pois o nível de insatisfação está crescendo. Por outro lado,
a oposição não está capitalizando essa insatisfação”.
ice-presidente do PMDB-MG, Saraiva Felipe, disse que é cedo para a
presidente Dilma e o PT se preocuparem com os resultados da pesquisa.
“Mas é motivo suficiente para colocar as barbas de molho”, acentuou.
Porém, o presidente do PT-MG, Odair Cunha, considera que “um retrato do
momento não é para desanimar ninguém”. Ele cita que o país teve o menor
índice de desemprego em fevereiro já registrado na história, apesar da
pesquisa apontar a preocupação dos entrevistados com o desemprego.
“Diante dos acertos do governo, quando a população for decidir na urna o
que é melhor para o país, vai levar em conta o conjunto de políticas
implementadas pelo PT em 12 anos”.
O pré-candidato petista a governador, Fernando Pimentel, disse por meio
de sua assessoria que não comentou pesquisas anteriores, quando Dilma
subia nas pesquisas e que agora também não irá comentar.
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