MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Pais passam até 24 horas em fila por matrículas nas escolas de Porto Velho


Corredores e quadras de esportes são transformados em dormitórios.
Primeira chamada escolar vai até sexta. Semed diz ter controle da situação.

Do G1 RO

Alguns pais dormem na escola para garantir vaga (Foto: Assem Neto/Arquivo Pessoal)Alguns pais dormem na escola para garantir vaga
(Foto: Assem Neto/Arquivo Pessoal)
Algumas escolas municipais serviram de abrigo para pais de alunos na madrugada desta terça-feira (14), por causa do primeiro dia da chamada escolar, segundo calendário anunciado pela Secretaria Municipal de Educação (Semed) de Porto Velho. Idosos e gestantes se aglomeraram em filas que ocuparam o hall das escolas e as quadras de esportes nas escolas Ulisses Soares Ferreira e Bom Princípio.

Café para despertar o sono, bolacha, salgadinhos, refrigerante e marmitas foram entregues por parentes às mães, que se negavam a sair da fila. "Cheguei às 6h de ontem (segunda-feira, 13) e não quero pensar na possibilidade de não matricular meu filho", disse a doméstica Nelciele França. Um recenseamento, realizado pela Semed, em novembro do ano passado, identificou uma demanda de mais de 2,5 mil alunos fora de sala de aula na capital.

Na Escola de Ensino Fundamental Ulisses Soares Ferreira, no Bairro JK, uma sala de aula foi cedida pelo segurança para acomodar uma mulher e o bebê de dois meses. Silvana Oliveira, de 23 anos, levou o primo para vigiar enquanto amamentava a criança. "Quero garantir a matrícula da minha filha de 3 anos", afirmou. Silvana dormiu no chão entre carteiras e cadeiras de uma sala escura, pois a iluminação estava danificada.

Marlice Ribeiro, que já tem dois filhos matriculados na Escola de Ensino Fundamental Bom Princípio, no Bairro Tancredo Neves, explica por que precisou chegar por volta de meio-dia. "Eu moro aqui perto. Minha caçula tem 4 anos e está em idade escolar. O certo é ela ir pra escola e voltar pra casa na companhia dos irmãos, que são adolescentes e já estudam nesta escola. A segurança das crianças é o principal argumento usado pelos pais para exigir vagas nas escolas mais próximas de suas casas.

A própria comunidade se organizou numa espécie de chamada paralela. Ao amanhecer de terça-feira, os nomes serão ditados e quem não estiver presente perderá a oportunidade de apanhar a ficha, que será entregue pela escola. "Aqui não há preferência. É por ordem de chegada, mas todos estão unidos esperando que o problema do ano passado não se repita", comentou Marlúcia Ribeiro, acompanhada da neta de 6 anos.

Duas chamadas previstas
Duas chamadas escolares estão programadas: a primeira vai até a próxima sexta-feira (17). A segunda, de 5 a 7 de fevereiro. As matrículas, previstas para 20 a 22 de janeiro, serão feitas entre uma chamada e outra, para dar oportunidade aos pais que, por algum motivo, não conseguirem matricular seus filhos. O total de vagas disponibilizadas este ano vai depender da procura, segundo a Semed. Porém, de acordo com a secretária adjunta, Josinéia Araújo Rodrigues, ainda não foi possível mensurar quantas vagas serão ofertadas
.
"As vagas remanescentes das matrículas desse recenseamento é que serão levadas para a chamada escolar", diz Josinéia, que deu aos pais, como alternativa, a possibilidade de buscar vagas nas creches do município. A Semed informou que todas as escolas possuem um sistema que pode identificar onde há vaga. As aulas começarão dia 10 de fevereiro.

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