Produtos têm como atrativo a praticidade e versatilidade.
Em 2012, negócios da empresa de São Bernardo cresceram quase 20%.
O empresário paulista aposta em peças planejadas e práticas para se diferenciar no mercado. Os produtos são adequados para ambientes pequenos e a novidade é que, com um simples toque, um móvel se transforma em outro.
É só apertar um botão e, em alguns segundos, um móvel da sala de jantar se transforma em um barzinho, por exemplo, ou o criado-mudo vira uma mesa.
“São Bernardo é a capital do móvel. Meus pais, meus tios, todos trabalhavam em indústria de marcenaria, e aí veio a paixão pela coisa, de ver meu pai trabalhando em fábrica de móveis, e sempre gostei desse segmento”, conta Olívio Lotto.
A fábrica tem uma linha de produção com poucos funcionários e maquinários.
Os móveis planejados são feitos em MDF, um material de fibra de madeira e resina sintética.
“MDF é um material que a população está aceitando bem, tem um acabamento perfeito, bom, agiliza bem o processo de construção e dá para ter condições de preço melhor”, diz o empresário.
A empresa faz de oito a dez projetos por mês. Cada mobília tem um diferencial que proporciona conforto e praticidade no dia a dia.
No Brasil existem 16 mil fábricas de móveis, a maior parte delas nas regiões Sul e Sudeste, de acordo com dados do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (Iemi). São Paulo é o estado que concentra o maior número de empresas.
O setor moveleiro emprega 281 mil pessoas. Em 2012, foram produzidos 462 milhões de móveis, com um faturamento de R$ 33 bilhões.
O empresário Olívio Lotto mantém um showroom dos móveis em um shopping de São Bernardo do Campo. Olívio e a filha, a arquiteta Ana Carolina Lotto, montaram o espaço para que os clientes possam testar os móveis.
Há, por exemplo, um modelo de guarda-roupa projetado para ambientes com pouco espaço. Tem portas deslizantes e uma pequena escada embutida que facilita o uso. Com muitas repartições, o armário ganha cerca de 20% mais de aproveitamento do espaço, e os objetos ficam ao alcance dos olhos e também das mãos.
“[É] muito mais prático. A gente pode ver tudo que a gente tem para escolher à vontade e sair linda", brinca a arquiteta.
Outro modelo também ganhou mais espaço para guardar objetos. As prateleiras estão do lado interno das portas. O preço de um guarda-roupa gira em torno de R$ 4,5 mil. Já um móvel automatizado custa R$ 3,5 mil.
A cama planejada com conceito multifuncional tem cabeceira com dois encostos almofadados, proporcionando conforto para quem quer assistir à tevê que fica nos pés. O móvel é uma estante de um lado e uma penteadeira do outro, com várias gavetas, luzes e também espelho.
Mas se a pessoa não quiser nada disso – nem tevê, nem espelhos –, não tem problema. É só apertar o botão do controle remoto, o móvel desce e se transforma em uma prática escrivaninha.
O estudante Bruno Madi é cliente do empresário Olívio Lotto. Há 6 meses, ele comprou um guarda-roupa, com muito espaço interno para colocar casacos, e com prateleiras para objetos. “O perfume já está aqui do lado, vai e puxa (...), não precisa ficar rodando, então, está tudo num lugar só”, mostra.
Com os móveis inovadores, a empresa cresceu, nos últimos anos, acima da média de mercado. Em 2012, registrou um aumento de 17% nos negócios e o faturamento médio da fábrica é de R$ 25 mil por mês.
“Se diferenciar, criar coisa de maior valor agregado com inovações para seguir no mercado e crescer bastante”, resume o empresário.
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