Crime foi em Centro Regional de Saúde (CRS) de Campo Grande.
Gerente disse que paciente foi atendido em 15 minutos.
"Estou envergonhado", diz paciente que preferiu não ter a identidade divulgada (Foto: Tatiane Queiroz/ G1 MS)
“Estou envergonhado”, disse o homem 37 anos que foi preso na noite de
quarta-feira (25) após depredar um dos consultórios do Centro Regional
de Saúde (CRS) do bairro Aero Rancho, em Campo Grande. Em entrevista ao G1,
o paciente, que preferiu não ter a identidade divulgada, desmentiu a
versão dada pela gerente do centro de saúde. "Nenhum paciente é atendido
em 15 minutos nos postos de saúde", afirmou ele.O paciente contou que estava com a esposa, de 34 anos, que também preferiu não ter a identidade divulgada. Ele foi até a unidade de saúde porque sentiu dores abdominais.“Ele estava com muita dor”, contou ela.
O homem afirmou ainda que, durante a consulta, a médica foi ríspida. “Eu disse que estava com uma dor no pé da barriga. Ela respondeu: barriga não tem pé”, contou.
Homem foi preso após dpredar o consultório (Foto: Tatiane Queiroz/ G1 MS)
Segundo relato do casal, a médica receitou um remédio de 250
miligramas, no entanto, na farmácia localizada no bairro encontrou com
500 miligramas. O atendente disse que não poderia vender o medicamento e
pediu para que eles trocassem a receita.Eles voltaram ao centro de saúde e foram direto ao consultório da médica, mas ela não estava. O casal foi até o setor de emergência e encontrou a profissional no corredor. “Ela disse: não troco receita”, contou o paciente. Ainda segundo relato, a médica pegou o papel, riscou a anotação da dosagem e devolveu para eles.
O paciente disse que voltou à farmácia e o atendente explicou que não poderia aceitar a receita porque estava “rasurada”. Pela terceira vez, o casal voltou ao centro de saúde e foi até o consultório da médica.
Segundo a gerente, o paciente retornou ao centro de saúde por volta das 22h. “Ele foi direto para o consultório e abriu a porta. A médica estava com outro paciente e pediu para ele aguardar, mas ele entrou na sala e quebrou tudo”, relatou ela.
Já na versão do casal, a médica estava sozinha no consultório. Ela teria dito que o rapaz teria que esperar na recepção e teria tirado a receita da mão dele. “Depois disso, não lembro mais nada”, relatou o homem. A esposa, que presenciou o ato de vandalismo do marido, disse que ele teve um “surto de raiva” e quebrou o consultório. “Eu pedi pra ele parar, mas ele já estava fora de si”, disse.
Surto
O paciente disse que, há nove meses, toma remédios para curar uma depressão. Ele afirmou ainda que já teve outros “surtos de raiva”, antes de iniciar o tratamento contra a doença. “Fui mal atendido no centro de saúde, mas é claro que isso não justifica o que eu fiz. Não tem como voltar, como desfazer o que já foi feito”, lamentou o homem.
Crime
Após depredar o consultório, o paciente foi contido por guardas municipais e preso por policiais militares. Ele foi levado para a Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac), ouvido pela polícia e liberado após pagamento de fiança no valor de R$ 678, que equivale a um salário mínimo. O caso está sendo investigado pela 5ª Delegacia de Polícia Civil.
Segundo o secretário de saúde de Campo Grande, Ivandro Fonseca, o suspeito quebrou cadeiras, mesas, um negatoscópio (aparelho para visualização de chapas radiográficas), um estetoscópio (instrumento para auscultar sons dos pulmões), um suporte de papel toalha. As portas do consultório e do centro de saúde também foram danificadas. “Ainda estamos avaliando o prejuízo”.
O homem deve responder pelo crime de dano, qualificado por ter sido cometido contra o patrimônio da União, Estado ou Município.
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