Motivação do ato foi repúdio à PEC 37, mas outras bandeiras se juntaram.
Grupo saiu da Prefeitura até a sede da Câmara e parou o trânsito no centro.
Manifestação neste sábado (22) reuniu multidão mesmo durante jogo da seleção. (Foto: Renê Dióz/G1)
Exatamente quando a seleção brasileira iniciava o segundo tempo da
partida contra a Itália pela Copa das Confederações, de 1,5 mil a 1,8
mil pessoas (estimativas da Polícia Militar) deixaram suas casas na
tarde deste sábado (22) em Cuiabá
para promover o quarto protesto seguido na semana. Desta vez, o intuito
era manifestar repúdio contra a Proposta de Emenda Constitucional 37- a
PEC 37.Atualmente em tramitação no Congresso Nacional, mas com votação adiada, a PEC 37 deverá limitar o poder investigatório do Ministério Público (MP) caso aprovada. Por supostamente abrir brecha para crimes contra a administração pública, segundo seus detratores, a proposta tem sido apelidada de ‘PEC da Impunidade’.
Manifestantes saíram da Praça Alencastro com direção à Câmara Municipal. (Foto: Renê Dióz/G1)
PasseataO ato deste sábado foi combinado por meio das redes sociais na internet e, segundo os organizadores, cerca de 500 pessoas eram aguardadas. De acordo com a Polícia Militar, aproximadamente 700 pessoas se concentraram a partir das 15h30 na Praça Alencastro, em frente à sede da Prefeitura de Cuiabá, ponto inicial da passeata. O trânsito foi interrompido em todo o trajeto pela polícia e avenidas que nunca são vistas vazias ficaram desertas.
Manifestantes estavam em maior número ao
descer a Isaac Póvoas. (Foto: Renê Dióz / G1)
Com doze policiais e duas viaturas à frente, os manifestantes - com
cartazes, bandeiras do Brasil, máscaras do personagem ‘V de Vingança’ e
faixas - foram escoltados no trajeto pela Avenida Getúlio Vargas. Mais
pessoas se juntavam à multidão ao longo do caminho. Por várias vezes, o
grupo parava para reforçar as palavras de ordem.descer a Isaac Póvoas. (Foto: Renê Dióz / G1)
Ao passar por bares e restaurantes da Getúlio Vargas e da Praça 8 de Abril, nos quais a partida entre Brasil e Itália era exibida, o grupo conclamava os clientes a participar.
“Vem pra rua” e “Você aí parado, está sendo roubado” eram gritos de guerra freqüentes neste momento. Vários clientes aplaudiam, assim como trabalhadores do comércio ao longo do Avenida Isaac Póvoas, por onde o grupo passou em maior número.
Ao chegar ao cruzamento com a Rua Comandante Costa, perto da Praça Rachid Jaudy, os manifestantes sentaram no asfalto. Moradores de um prédio ao lado aplaudiram. Esta foi a última parada antes de o grupo subir para a frente da Câmara Municipal.
Manifestantes passaram pela Câmara e já se organizaram para outros protestos. (Foto: Renê Dióz/G1)
CâmaraLá, faixas e cartazes foram fixados na estrutura metálica que circunda o monumento do Centro Geodésico da América do Sul. Bombas foram estouradas no gramado em frente à Câmara, mas nenhum ato de vandalismo ou depredação foi registrado. Os manifestantes se concentraram ali, ocupando toda a largura da Rua Barão de Melgaço, por cerca de 20 minutos.
O ato estava para se encerrar, com os líderes chamando os manifestantes para a organização de outros protestos previstos – mas ainda não confirmados – para a próxima semana. Parte significativa do grupo se dispersou, mas a maioria ainda assim desceu a Barão de Melgaço de volta à Isaac Póvoas. O destino, desta vez, era a Avenida Tenente Coronel Duarte (Prainha).
Último ato, manifestantes sentaram-se entre duas
grandes avenidas de Cuiabá. (Foto: Renê Dióz / G1)
Sentadosgrandes avenidas de Cuiabá. (Foto: Renê Dióz / G1)
No último trecho da Isaac Póvoas, dois manifestantes chegaram a ser detidos pela Polícia Militar.
O primeiro, que portava fogos de artifício, acabou sendo liberado após pressão dos manifestantes ao redor da viatura policial. Já o segundo, um menor de idade flagrado com uma bomba, acabou sendo encaminhado à delegacia.
Mais tarde, o tenente coronel Helder Taborelli informou que um outro garoto menor de idade foi apreendido por jogar pedras nas vidraças na Câmara Municipal.
Como último ato, os manifestantes alcançaram a Avenida Prainha e um grupo de 300 a 400, segundo policiais, sentaram-se no asfalto no cruzamento com a Avenida Getúlio Vargas. Ali, os manifestantes repetiram palavras de ordem enfatizando o repúdio à PEC 37, destacando que não deixarão de lutar contra a medida mesmo após o adiamento de sua votação no Congresso Nacional.
Depois deste instante, a orientação dos organizadores era de que os manifestantes se dispersassem e voltassem para casa. Por volta das 19h30 alguns manifestantes ainda se encontravam na Praça Alencastro, mas a maioria já havia retornado para casa, segundo a polícia.
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