MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Indígenas continuam bloqueando rodovia BR-153, no sudeste do Pará


Índios Gavião protestam contra a má situação da saúde para indígenas.
Rodovia BR-153 está com acesso bloqueado desde o início da semana.

Do G1 PA

Indígenas da etnia Gavião, que habitam uma aldeia no município de Bom Jesus do Tocantins, no sudeste do estado, denunciam a situação de precariedade no atendimento de saúde. Desde o início da semana, índios de quatro etnias interditam duas rodovias da região sudeste do pará, a BR-153 e a BR-222, em protesto contra o serviço de atendimento médico oferecido aos indígenas na região.

A rodovia federal BR-153 liga a localidade de São Domingos do Araguaia a São Geraldo do Araguaia, no sudeste do Pará. Na aldeia onde vivem cerca de 80 índios Gavião, o problema se agrava pela falta de medicamentos. Os remédios que ainda restam ficam armazenados em uma caixa, na casa de um dos índios. Muitos dos medicamentos estão com a data de validade vencida.
O índio Paykarê Gavião, que comanda aldeia Akratikatejê, conta que há dois anos sofre com diabetes e insuficiência renal, e por isso, precisa viajar até Marabá pelo menos três vezes por semana para se submeter a uma hemodiálise, mas encontra dificuldade no acesso, já que falta até combustível para o único veículo que atende a aldeia. "Não temos transporte para saúde. Se não fosse esse carrinho velho aqui, eu não sei como a minha saúde como poderia ficar", reclama o cacique.
Penpkoty Gavião, neto do cacique, conta que, até pouco tempo, o posto de saúde da aldeia funcionava em uma pequena cabana de palha onde os índios eram atendidos e medicamentos eram armazenados. No local, ainda é possível encontrar o que sobrou dos remédios. "Uns anos aí eles mandavam pelo menos os (remédios) básicos, mas depois nem isso", denuncia o indígena.
Há dois meses começaram as obras para a construção de um novo posto de saúde para aldeia, mas os serviços estão parados. Os indígenas contam que aguardam doações para concluir a obra.
"Um local adequado pra atender o meu povo, não só o meu povo, mas os parentes que também vêm de longe. Nós queremos qualidade na nossa saúde. É só isso que a gente quer", disse a indígena Yônkira Gavião.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) em busca de um posicionamento sobre a situação denunciada pelos índios, mas ninguém foi encontrado para comentar o assunto.

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