Em estratégia ousada, defesa alega que ministro cometeu 'omissões inadmissíveis' em acórdão e pede novo documento para fazer recursos devidos contra a condenação do petista
Fausto Macedo - O Estado de S.Paulo
O ex-ministro José Dirceu (Casa Civil), condenado a 10
anos e 10 meses de prisão por corrupção ativa e formação de quadrilha no
processo do mensalão, quer o afastamento de seu algoz, o ministro
Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), da
relatoria dos autos da ação penal 470 e sua redistribuição para outro
ministro da Corte.
"A supressão das manifestações dos ministros prejudicou imensamente a compreensão do acórdão, inviabilizando a plena ciência da fundamentação adotada pelos julgadores da causa", afirma a defesa, subscrita pelos criminalista José Luís Oliveira Lima, Rodrigo Dall'Acqua e Ana Carolina Piovesana.
A defesa pede a redução da pena-base pelo crime de formação de quadrilha imposta a Dirceu sob argumento de que é contraditória e ilegal. Alega a defesa "grave prejuízo causado pelas supressões". "O acórdão foi contraditório ao exacerbar a pena duas vezes pelo mesmo fundamento. Tal contradição é inadmissível e viola entendimento do Supremo Tribunal Federal."
A defesa também atribui a Barbosa contradição na fixação da pena a Dirceu pelo crime de corrupção ativa.
Dirceu pede que sejam concedidos efeitos infringentes aos embargos de declaração, com "a consequente e necessária redução da pena base".
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