Luiz Felipe Barbiéri e Márcio Falcão
g1 e TV Globo
O ex-ministro da Justiça Anderson Torres prestou depoimento, nesta quinta-feira (16), no âmbito de uma ação que tramita no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e que pode tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível.
A Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), apresentada pelo PDT, questiona uma reunião que Bolsonaro fez com embaixadores, em julho de 2022, na qual realizou ataques sem provas às urnas eletrônicas e ao sistema eleitoral.
MINUTA DO GOLPE – O depoimento foi pedido pelo corregedor-geral eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, para esclarecer uma minuta com teor golpista encontrada na casa de Torres (veja detalhes abaixo).
Segundo apurou a TV Globo, ele respondeu a todas as perguntas e voltou a falar que não conhece a autoria da chamada minuta do golpe. Também teria classificado o texto de “folclórico” e “lixo”.
Torres também manteve o que disse à Polícia Federal e reforçou que não tratou da minuta com Bolsonaro. Segundo o ex-ministro, não era comum receber esse tipo de documento enquanto esteve no governo.
VIDEOCONFERÊNCIA – O ex-ministro foi ouvido por videoconferência, durante cerca de 1h30. Torres está preso no 4º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), em um inquérito que apura os ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro.
A PF encontrou na residência de o ex-ministro a minuta de um decreto para instaurar estado de defesa na sede do TSE. O objetivo era mudar o resultado das eleições de 2022.
O documento – considerado inconstitucional por especialistas – foi encontrado pela Polícia Federal durante uma operação de busca e apreensão. O material foi anexado à ação que tramita contra Bolsonaro na Corte, que questiona a conduta do ex-presidente na reunião com embaixadores.
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