Evento
acontece entre os dias 19 e 22 de abril, no Teatro Municipal Santa
Izabel, e conta com mostra competitiva de longas, sessões de curtas,
debates, oficina, lançamento de livros e shows; todas as exibições de
filmes são gratuitas
Tradicional
ponto turístico de Minas Gerais, a cidade de Diamantina está prestes a
tornar-se, neste ano, um importante polo de fomento à produção
audiovisual brasileira. Com a proposta de incrementar o circuito
cultural do Vale do Jequitinhonha e expandir a divulgação e a
distribuição do cinema nacional pelo interior do estado, o Festival de Cinema de Diamantina (FCD) realiza sua primeira edição entre 19 e 22 de abril, no Teatro Municipal Santa Izabel, no centro da cidade histórica. Com
oficina, debates, lançamento de livros e shows, a programação apresenta
uma seleção de sete longas e 30 curtas-metragens, produzidos em 13
estados do país, além de um longa convidado, gravado em São Gonçalo do
Rio das Pedras, no distrito mineiro do Serro. Produzido pela Almôndega
Filmes e realizado pelo Festival de História de Diamantina (fHist) e
pela Faculdade Interdisciplinar de Humanidades da Universidade Federal
dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), em parceria com o Cineclube
Cinefronteira, o evento terá distribuição gratuita de ingressos meia
hora antes das exibições.
Diretor
artístico do FCD, o jornalista e cineasta Felipe Canêdo conta que a
escolha por Diamantina se deu pela ligação dos idealizadores do projeto
com a cidade, que também sedia o fHist,
evento realizado por produtores em comum desde 2011. “Também escolhemos
a cidade por acreditarmos que o Vale do Jequitinhonha, especialmente
Diamantina, merece ter um festival de cinema. A cidade não tem cinema há
30 anos. O cinema mais próximo fica em Sete Lagoas, a quase 200
quilômetros de distância, e é dentro de um shopping”, defende. “Achamos
que é uma batalha que vale a pena, levar o que há de mais novo e
inventivo sendo produzido no cinema nacional para o Jequitinhonha.
Afinal, Minas Gerais faz cinema, e faz um cinema de muita qualidade. É
importante levar esse cinema para os mineiros de todo o estado, não só
para os que residem na capital”, completa.
Entre
novembro e dezembro do ano passado, a convocatória para o FCD recebeu
inscrições de 637 filmes, sendo 72 longas e 565 curtas, produzidos em
todas as regiões do país. Assinada por Vitória Azevedo, João Campos e
Gustavo Maan, a curadoria buscou trabalhos que refletissem sobre a
identidade nacional contemporânea e seus percalços a partir de leituras
que levam em conta o olhar de grupos historicamente marginalizados na
sociedade brasileira, como mulheres, negros, pessoas LGBTQIA+,
quilombolas e indígenas. “A mostra competitiva, com curadoria do João Campos, traz
sete longas, que terão sessões acompanhadas por debates com os
organizadores. Temos filmes como ‘O índio cor de rosa contra a fera
invisível’, do carioca Tiago Carvalho, que conta a história de Noel
Nutels, sanitarista importante na luta indigenista do século 20;
‘Cambaúba’, um filme incrível da Cris Ventura, de Goiás; ‘A filha do
palhaço’, do cearense Pedro Diógenes, que representa muito bem a nova
produção do cinema brasileiro; e ‘Fazendinha’, da Marina Nobel, de BH,
representando a cena local”, sublinha.
O
diretor do FCD ressalta, ainda, as sessões de curtas-metragens, que
abarcarão 30 trabalhos, cujas narrativas passeiam por diferentes temas
tangentes ao mote do evento. Todos os trabalhos foram gravados entre
2020 e 2022, e têm até 30 minutos. “Há sessões e debates muito ricos
organizados tanto pela Vitória Azevedo, historiadora e professora da
UFVJM, como pela boa dupla formada pelo Gustavo Maan e pelo João Campos,
que têm um olhar mais irrequieto”, afirma Canêdo, ressaltando que
haverá uma mostra online na segunda semana de maio por meio de uma
parceria com a Embaúba – plataforma
de streaming da distribuidora de clássicos nacionais como “Marte Um”
(2022), filme de Gabriel Martins indicado para representar o Brasil no
Oscar 2023. “Após o festival, será realizada uma mostra virtual na
plataforma com títulos desta edição. Uma oportunidade para quem não
conseguiu assistir às sessões durante o Festival”, completa.
Para
Canêdo, o FCD se avoluma culturalmente também por trazer atividades
paralelas às exibições, que inclusive incorporam outras linguagens
artísticas. “Teremos apresentações musicais, cujos nomes ainda estão
sendo definidos, e lançamentos de dois livros: ‘Histórias para não
esquecer’, realizado pelo fHist, que traz 200 perfis de mineiros e mineiras fundamentais para a formatação do Brasil em distintas searas da sociedade e ‘Como educar as crianças no mundo das telas?’, do diretor e roteirista Igor Amin.
“Sem contar a atividade de formação”, ressalta. Diretor e roteirista,
com mestrado em audiovisual pela Universidade do Minho (Portugal),
Canêdo ministra a oficina “Como fazer um filme com borra de café”, que
irá percorrer brevemente todo o processo de realização de um filme, a
começar por roteiro, pesquisa e pré-produção, além das filmagens, da
montagem e da finalização. Gratuita,
a atividade conta com 12 vagas e é direcionada a pessoas com mais de 16
anos, residentes em Diamantina ou na região. As inscrições podem ser
feitas pela internet até dia 31 de março, pelo formulário disponível neste link.
SERVIÇO | 1º FESTIVAL DE CINEMA DE DIAMANTINA
Quando. De 19 a 22 de abril de 2023
Onde. Teatro Municipal Santa Izabel – Praça Dom Joaquim
(Rua do Palácio, 166 – Centro – Diamantina)
Quanto. Ingressos gratuitos, com distribuição meia hora antes das sessões Online. Haverá uma mostra online com cerca de 20 filmes, em maio, pela plataforma da Embaúba Play
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